Correio de Carajás

Marabá: Prefeitura endurece contra aglomerações na cidade

Com a premissa de frear o avanço da covid-19, a Prefeitura de Marabá tornou a proibir o acesso de veículos à Avenida Marechal Deodoro – plataforma da Orla Sebastião Miranda, no Núcleo Pioneiro – aos fins de semana. Além disso, alinhou com a força de segurança integrada ações de controle a estabelecimentos da noite liberados para o exercício das atividades. A Divisão de Vigilância Sanitária (Divisa), mentora do plano de equilíbrio epidemiológico no âmbito da Secretaria Municipal de Saúde, voltou a fiscalizar com maior rigor o cumprimento dos dispositivos de prevenção à doença nesta semana.

As medidas anunciadas pela prefeitura em coletiva de imprensa na última quinta-feira (10) estão em vigor há meses, por meio do Decreto nº 60/2020, mas sofreram abalos na sua obediência com a estabilidade da curva da pandemia. De acordo com Daniel Soares, diretor da Divisa, o poder público jamais deixou de observar o quadro epidemiológico, mesmo com a partilhada sensação de que a doença havia eclipsado.

“Nós fiscalizamos durante todo o período [de estabilidade], mas era uma fiscalização branda, porque estávamos com o contágio sob controle. Só que, no início do mês, a doença voltou a sobrecarregar o sistema de saúde. Diante disso, a Vigilância Sanitária elaborou uma operação para intervir no comércio e nos espaços de lazer com o propósito de garantir o respeito às medidas do decreto”, argumenta Daniel.

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O diretor da Vigilância Sanitária esclarece que não haverá fechamento de estabelecimentos, e sim dura fiscalização com o objetivo de evitar que mais pessoas contraiam a doença e necessitem de assistência médica no município. Para isso, as vias que dão acesso à orla serão bloqueadas com grades de ferro do Departamento Municipal de Trânsito e Transporte Urbano (DMTU) aos fins de semana.

“O fechamento da orla começa na tarde de sexta e se estende até a segunda de manhã, a título de informação. O motivo é claro: evitar aglomerações sustentadas por som automotivo. Nenhum bar ou restaurante situado ali [na orla] será impedido de funcionar, mas estabelecimentos que se revestirem de casa noturna serão autuados. As casas noturnas ainda não foram liberadas para funcionar”, relembra ele.

Instado pelo repórter do CORREIO quanto a bares que permitem interação direta entre os consumidores, Daniel foi categórico: “Esse é um exemplo clássico de bar que quer ser danceteria. Bar é para sentar, conversar, tomar alguma bebida, comer algum petisco e ouvir música, não dançar”, alerta o diretor. O horário de funcionamento de bares e restaurantes permanece até as 2h.

Os ambulantes também serão impedidos de vender bebidas alcoólicas na orla. Sem álcool e som automotivo, o espaço perde a razão de constar na agenda de quem costuma frequentá-lo para usufruir do fim de semana. A Vigilância Sanitária prepara equipes a fim de averiguar de perto o respeito às disposições do município.

“Nós já orientamos os estabelecimentos da orla sobre as medidas do decreto. Ninguém será responsabilizado por falta de aviso. A minha equipe também percorreu o centro comercial da Marabá Pioneira para examinar se as lojas estão dispondo o álcool em gel na entrada, admitindo apenas consumidores de máscara e respeitando as regras de distanciamento social. A lei vale para todos”, penhora Daniel.

A COLETIVA

Compareceram à coletiva de imprensa, realizada no auditório da prefeitura, o secretário municipal de Saúde, Valmir Moura; o diretor da Divisão de Vigilância Sanitária, Daniel Soares; o secretário municipal de Segurança Institucional, Jair Barata Guimarães; o superintendente regional da Polícia Civil, delegado Thiago Carneiro; e o comandante do 34º Batalhão de Polícia Militar, coronel Dayvid Sarah Lima.

O secretário Valmir iniciou a coletiva defendendo que Marabá passou dois meses com estabilidade de novos casos da covid-19, mas atentou para o fato de que a pandemia ainda é uma realidade. “Estamos acompanhando no noticiário nacional que 17 estados estão no vermelho, seis no amarelo e apenas três no azul, o que indica uma possível segunda onda”, reconhece ele.

Coletiva no auditório da prefeitura reuniu autoridades de segurança

Jair Guimarães consentiu que a situação é crítica e que, por este motivo, a pasta comandada por ele precisou repensar as ações de segurança. “Está na hora apertarmos as medidas novamente. Integraremos com as polícias Civil e Militar, mostrando que o poder público está preocupado com a população”, explicou Jair.

O coronel Dayvid recordou que as ações da PM no contexto da pandemia iniciaram no último dia 3, com a operação Festas Seguras. “Houve uma resistência da população em entender o lado da segurança, mas não existe justificativa para a ignorância. Algumas ações serão retomadas, dependendo dos números da SMS”, garante o militar.

A prefeitura reiterou, ao término da coletiva, o cancelamento da tradicional comemoração da virada, que vinha acontecendo na Praça São Félix de Valois. Só que promoters de eventos já programam festas particulares como forma de driblar a carência de programação oficial de réveillon, ao que a segurança promete fazer o possível para identificar e coibir. (Da Redação, com informações de Josseli Carvalho)