Correio de Carajás

Marabá: Mãe e filha unidas pelo neto na quarentena

A rotina de Zazuléia e sua filha consiste em passar momentos juntas do neto, realizando atividades domésticas / Foto: Mariana Lopes

A vida em quarentena tem sido um sacrifício necessário para as pessoas, uma forma de se prevenir contra o coronavírus, que até o momento não possui uma cura cientificamente comprovada e nem mesmo uma vacina. Com a aproximação do Dia das Mães, a angústia e preocupação de quem se isolou também fica às claras.

Moradora do Núcleo Marabá Pioneira desde a década de 1990, Zazuléia Lopes vive com sua filha Mariana Lopes e o neto Calebe Lopes em isolamento social, desde o início da pandemia. Como professora aposentada, a dona de casa se viu angustiada por não poder sair e andar pelas ruas do bairro que deu origem ao município.

“Agora temos que ficar em casa, né? Não tem muito o que fazer, só as coisas da casa, isso nos entretém um pouco, mas a vontade de sair para ir à igreja ou conversar com minhas irmãs é grande. Sinto falta de como era comum sair pela porta de casa e ‘ganhar o mundo’”, diz Zazuléia.

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As saídas para os serviços essenciais se tornaram um passeio, pois muitos dias confinadas em casa, ela e a filha se veem em meio ao tédio causado pela falta de contato com outras pessoas.

“Quando eu penso que preciso ir ao supermercado, ou na farmácia, até fico mais animada. Isso é engraçado, eram coisas tão comuns da nossa rotina e agora se tornaram momentos especiais. Quando estou a caminho, eu sempre paro um pouco pra conversar com alguma vizinha que encontro, mas usando a máscara, claro”, comenta a aposentada.

Mas a Mariana filha não aprova muito esse comportamento de ficar batendo papo com outras pessoas, já que sua mãe faz parte do grupo de risco da covid-19, por ser idosa.

“Eu fico preocupada, pois a gente precisa se manter isolada para evitar se infectar com a doença, até por conta do meu filho, que tem só 1 ano e quatro meses. Mas, não adianta falar muito, eu sei que ela sente saudades da velha rotina”, desabafa Mariana.

Atualmente, a rotina das duas tem consistido em ficar em casa, apenas cuidando nas tarefas domésticas. A televisão é uma saída para o tédio, e o pelo celular elas mantêm contato com o restante da família, já que não podem visitá-los.

“Eu faço vídeo chamada com minhas primas e tias, principalmente com a madrinha do meu filho, pois a saudade é grande, mas a gente sabe que o momento agora é de necessidade, precisamos ficar em casa”, diz Mariana.

Apesar do isolamento, Zazuléia e Mariana irão comemorar o Dia das Mães com um bom almoço, pois não podem deixar passar em branco uma data que costumava ser tradição na família.

“Vamos fazer o almoço aqui em casa, pois sempre me reunia com as minhas irmãs e minha mãe para comemorarmos a data em família. Mesmo não podendo nos reunir, eu, minha filha e meu neto vamos fazer esse almoço para manter a tradição”, finaliza Zazuléia com um sorriso no rosto. (Zeus Bandeira)