Correio de Carajás

Marabá está na 26ª posição na lista das 50 cidades mais violentas do país

Outros municípios do Estado integram o levantamento, como Altamira (7º), Itaituba (15º), Paragominas (32º), Parauapebas (35º), Castanhal (45º) e Marituba (50º)

Foto: Arquivo Correio

Depois de integrar a lista das cidades com piores índices de saneamento básico, Marabá também faz parte de uma outra lista negativa: das 50 cidades mais violentas do Brasil, segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2023, divulgado nesta quinta-feira, 20.

A categoria Mortes Violentas Intencionais (MVI) – que Marabá faz parte – corresponde à soma das mortes por homicídio doloso, latrocínio, lesão corporal seguida de morte e mortes decorrentes de intervenções policiais em serviço e fora, em cidades com mais de 100 mil habitantes.

Ocupando a 26ª posição, o município tem uma taxa de mortes intencionais de 51,8%, e só perde para outras duas cidades paraenses: Altamira (7º) e Itaituba (15º).

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Outros municípios integram a lista, como Paragominas (32º), Parauapebas (35º), Castanhal (45º) e Marituba (50º).

Os dados, referentes ao ano de 2022, mostram que o Estado do Pará ocupa a sexta posição entre as unidades federativas com maior taxa de mortes violentas intencionais, com 36,9%.

Em 2022, o Pará totalizou 2.997 mortes intencionais, registrando um aumento na violência, já que em 2021 o número foi de 2.964.

Na escala nacional, o estado mais violento do país em 2022 foi o Amapá, com uma porcentagem de 50,6% por 100 mil habitantes. Mais do que o dobro da média nacional.

O segundo estado foi a Bahia, seguido do Amazonas, Alagoas, Pernambuco e Pará.

De acordo com o relatório de segurança pública, a violência na Amazônia aumentou consideravelmente nos anos de 2016 e 2017, com a guerra entre o PCC e CV, que gerou conflitos no sistema prisional de vários estados e muitas mortes nas ruas.

“A região continua com número de mortes violentas intencionais bem superiores à média nacional. Muito estratégica pela proximidade com os principais produtores de cocaína do mundo (Bolívia, Peru e Colômbia), e pela difícil fiscalização no território, permeado de rios e florestas, a região passou a ser disputada por diferentes grupos criminosos. Isso resultou no aliciamento de indígenas, quilombolas e ribeirinhos para o narcotráfico e no crescimento exponencial da violência nos territórios da floresta”, diz um trecho do documento.

Com isso, dois fatores parecem contribuir diretamente para o crescimento da violência letal na região da Amazônia Legal: a intensa presença de facções do crime organizado e de disputas, entre elas pelas rotas nacionais e transnacionais de drogas que cruzam a região; e o avanço do desmatamento, garimpos ilegais e intensificação de conflitos fundiários, que resulta também no crescimento da violência letal.

GOVERNO FEDERAL

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, publicou nesta quinta-feira, 20, em uma rede social, a lista de ações planejadas pelo governo para lidar com o aumento de crimes violentos, como o estupro e de casos de estelionato e racismo.

“Dados sobre segurança revelados nesta quinta-feira mostram a importância e o rumo correto das ações que o presidente Lula já anunciou e as que vai anunciar amanhã”, escreveu Dino.

O ministro listou seis pontos:

– “Plano específico para a Amazônia, onde a violência cresce”

– “Forte articulação com estados e municípios e mais operações integradas”

– “Controle do armamentismo irresponsável”

– “Medidas específicas em proteção às mulheres e contra o racismo”

– “Políticas focadas nos 163 municípios mais violentos”

-“Maior atuação da Policia Federal e coordenação federativa no combate aos crimes cibernéticos (que abrangem estelionatos, abusos contra crianças e adolescentes etc)”. (Da Redação)