Correio de Carajás

Marabá está há 39 dias sem mortes por covid-19

O último óbito de Marabá foi de um rapaz de 29 anos, sem comorbidades, ainda no mês de setembro

Se nada mudar neste sábado, Marabá completará amanhã (24) exatos 40 dias sem nenhuma morte em decorrência da covid-19, o que será o maior período sem esse tipo de registro desde o início da pandemia em 2020. O número de óbitos não sofre alteração desde 13 de setembro, permanecendo desde então em 459 perdas de vidas humanas, segundo apurou o CORREIO. A estagnação do índice de mortes por um período tão longo, assim como o recuo do número de internações em quadro grave são uma resposta, segundo os especialistas, ao avanço da vacinação sobre a população adulta aqui e nas cidades vizinhas.

O último óbito de Marabá foi de um rapaz de 29 anos, sem comorbidades, ou seja, de um perfil bem diferente das vítimas do início da pandemia, com imensa maioria de idosos e com doenças pré-existentes. A taxa de letalidade está em 2,2%.

Os casos confirmados, na somatória, fecharam ontem em 20.021, com 19.537 pacientes recuperados. Nenhum caso estava em análise, 1.224 estavam descartados e 14 pessoas em isolamento domiciliar. No que diz respeito às internações, os leitos de UTI exclusivos para casos de covid-19 (que já foram 60, no auge) foram diminuídos para 10 e contavam ontem com oito pacientes. Destes, seis eram de Marabá e outros três de cidades vizinhas.

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No tocante aos leitos de enfermaria, também exclusivos, a ocupação está em 56,2%, ou nove internados para 16 leitos disponíveis.

Estabilização da pandemia

“Estes dados corroboram e reforçam a importância da vacinação! O que se observa no mundo, é um avanço da doença onde a vacinação está em ritmo mais lento e/ou em locais onde a adesão a vacinação está baixa. Podemos citar como exemplo a Rússia, onde sua capital Moscou, iniciou, nesta semana, novo Lockdown, devido ao grande número de casos e óbitos por lá. Já nas regiões onde a vacinação está mais adiantada, a tendência geral é de redução de casos e, em uma proporção ainda maior, dos casos de doenças graves e óbitos”, avaliou, ontem, o infectologista Harbi Othman, a pedido do CORREIO.

O médico, que trabalha em Marabá, ressalta, no entanto: “Importante ressaltar que ainda estamos vivendo uma pandemia e devemos manter os cuidados como uso de máscaras, higienização das mãos e evitar aglomerações”.

A Fiocruz e outros especialistas afirmam que a vacinação é a grande responsável por essa queda nos indicadores da doença. Mas ressaltam que é necessário manter outras medidas de prevenção para evitar uma nova alta, como ocorreu em outros países, que deixaram de exigir o uso de máscaras e foram afetados pela chegada da variante Delta.

“Esses novos dados representam a estabilização da epidemia no Brasil, ainda com níveis que necessitam atenção, pois a circulação de pessoas nas ruas e a positividade de testes permanecem altas”, avalia o Observatório Covid-19 da Fiocruz.

VACINAS

Segundo o chamado “Vacinômetro” da Secretaria de Estado de Saúde, o Pará já aplicou 8.412.087 doses de vacinas contra o novo coronavírus, sendo que a população estimada no território é de 7,4 milhões de pessoas.

Do total aplicado, 5.021.214 foram de primeira dose e 3.390.873 de segunda dose.

No que diz respeito a Marabá, foram 286.377 doses já liberadas e 185.027 já aplicadas, segundo o que constava ontem (22) no balanço da Sespa, que sempre tem um atraso em relação ao tempo que a Secretaria Municipal leva para confirmar as aplicações.

O Pará recebeu, na tarde desta sexta-feira (22), no Aeroporto Internacional de Belém, mais 272.610 doses da vacina Pfizer. Foi a 102º remessa de imunizantes contra a Covid-19 enviadas pelo Ministério da Saúde.

A equipe de Logística da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) recebeu as vacinas no Aeroporto e já organiza o envio aos Centros Regionais de Saúde para distribuição aos 144 municípios paraenses. O envio das doses será feito por vias terrestre, aérea e fluvial, e contará com o apoio da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup).

O planejamento da Sespa inclui a distribuição das doses, assim como dos insumos para todos os municípios, e cada um deles recebe as doses de acordo com o quantitativo populacional e a atual etapa de vacinação.

Para essas doses da Pfizer, a Sespa recomenda que os municípios adotem estratégias que atendam a aplicação em adolescentes e a dose de reforço de pessoas com mais de 60 anos, imunossuprimidos e trabalhadores da saúde.

Em dados atualizados até esta sexta-feira (22), o vacinômetro da Sespa indicava que o Pará já recebeu 11.591.135 doses de imunizantes do Ministério da Saúde e outras 750 mil doses do Instituto Butantan, de São Paulo, por meio de aquisição direta do governo do Estado.

(Patrick Roberto colaborou: Alana Lima)