Em fevereiro do ano passado, foram registrados 13 homicídios dentro de Marabá. Já neste mês de fevereiro, que se encerra neste sábado (29), ocorreram 7 homicídios e uma tentativa, totalizando oito investigações. Os números representam uma diminuição de quase 40%. Mesmo assim, os procedimentos requerem tempo e esforço concentrado do Departamento de Homicídios, como explica o delegado Toni Vargas, que está à frente da delegacia especializada.
Por trás de uma pilha de procedimentos, que dividem lugar com uma garrafa de café para mantê-lo sempre atento às investigações, diz que essa diminuição dos assassinatos se deve a alguns fatores. “Não tem protagonista; o que há é um conjunto de ações”, revela o delegado.
Vargas explica que entre essas ações estão o fortalecimento do patrulhamento feito com motocicletas pela Polícia Militar, que permite maior mobilidade dos policiais na busca por suspeitos e acaba inibindo ações delituosas, porque os criminosos percebem a movimentação dos PMs nas ruas.
Leia mais:Outra ação destacada pelo delegado é a realização de Blitzen pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), pelo Departamento de Estado de Trânsito (DETRAN) e Departamento Municipal de Trânsito e Transporte Urbano (DMTU). Durante essas abordagens, já foram realizadas prisões de foragidos de Justiça.
Soma-se a isso as constantes operações realizadas pela Polícia Civil em Marabá e região que têm resultado na prisão de foras da lei. Destaca-se neste particular, a prisão de Donizete Silva Pontes, conhecido como “Doni” ou “Loirinho”, e Edinaldo Moura dos Santos, apelidado de “Fofo”, que são suspeitos de integrarem uma organização criminosa responsável por homicídios em Marabá, denominada a “Liga da Justiça”.
Intervenção
Outro fator que pode ter contribuído de forma decisiva para a diminuição dos homicídios em Marabá, segundo o delegado Toni Vargas, foi a intervenção nas casas penais de Marabá, desde o mês de janeiro, com proibição de visitas, por tempo indeterminado, logo após uma tentativa frustrada de fuga em massa.
Toni Vargas entende que o corte de vínculos entre o mundo externo e os detentos que estão no Centro de Recuperação Agrícola Mariano Antunes (CRAMA) e Central de Triagem Masculina de Marabá (CTMM) impede a concretização de negócios escusos, inclusive de ordens para execuções.
SAIBA MAIS
Toni Vargas também falou dos números relativos aos meses de janeiro deste ano e janeiro de 2019. Mês passado 10 assassinatos, sendo 9 homicídios e um latrocínio. Já no primeiro mês de 2019 foram 10 homicídios em oito ocorrências. Ou seja, houve duas duplas execuções.
(Chagas Filho)