Correio de Carajás

Mandante do assassinato de Diogão deveria ter sido preso em 2019

Acusado de ser o mandante do assassinato de Diogão estava condenado por roubo desde 2019, mas permanecia em liberdade todo esse tempo

Preso no dia 28 de outubro pelo assassinato do empresário Diogo Sampaio de Souza, o “Diogão”, o indivíduo Diogo Costa Carvalho, conhecido como “Diogo do Betão”, já havia sido condenado a 7 anos de prisão pelo crime de assalto, no ano de 2019. O que não se sabe é por que ele estava solto. Essa situação tem incomodado familiares e amigos da vítima, inclusive porque em 2015 “Diogão” havia denunciado Diogo à alta cúpula da polícia em Belém. Mas nada disso adiantou e o empresário acabou assassinado na orla do Rio Tocantins, em Marabá, no dia 20 de setembro de 2020.

O crime pelo qual “Diogo do Betão” é condenado é o assalto a uma casa, junto com outros comparsas. Na ocasião, ele dirigia o veículo e alegou que não sabia de nada. Mas o Poder Judiciário não acreditou na versão dele.

Os próprios comparsas, que também foram identificados e presos, disseram em depoimento que Diogo arquitetou o plano do assalto porque o dono da casa teria entre R$ 40 mil e R$ 60 mil em casa. Mas o dinheiro não foi encontrado e eles tiveram de se contentar com R$ 700.

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MP oferece denúncia

Agora, depois do crime e da prisão de Diogo e mais cinco acusados de envolvimento no crime, um ano e 11 meses depois, o Ministério Público ofereceu denúncia contra os envolvidos e apontou a participação de cada um dos presos e de mais outros dois suspeitos.

Na denúncia, “Diogo do Betão” é apontado como mandante do crime. Ele tinha desavença antiga com a vítima, inclusive já tendo lhe ameaçado de morte, em razão de disputas por áreas de mineração. Há indícios de que Diogo teria oferecido e efetivamente pago recompensa para ceifar a vida da vítima.

“Ademais, este denunciado já respondeu a processo pelo crime de porte ilegal de arma de fogo, e já foi condenado pela prática do crime de roubo”, diz o MP.

O acusado Luís Cláudio de Araújo, conhecido como “Zorro”, é apontado pelo MP como o executor do crime. Há indícios que apontam que Luís Cláudio participa de um esquema fraudulento que consiste em aluguéis de veículos, que são adquiridos por meios ilícitos, para praticar outros crimes.

O policial militar Diego Silva dos Santos teve relevante participação no homicídio, na medida em que realizou o monitoramento da vítima durante todo o dia do crime, segundo o MP.

Carlos Lázaro de Paiva Junior foi o responsável por providenciar o aluguel do veículo utilizado do crime, de maneira fraudulenta. “Além disso, coopta intermediários para alugar fraudulentamente veículos em empresas de locação, os quais são utilizados para a prática de ilícitos”, diz a denúncia.

Pablo Antônio Alves Rodrigues, cooptado por Carlos Lázaro, alugou o veículo utilizado no crime e providenciou que ele fosse entregue a Luís Cláudio. Também participa do esquema de aluguéis de veículos, com Carlos Lázaro e Luís Cláudio.

Everton Bastos Ribeiro, o “Maguim” ou “Maguinho”, foi o responsável por intermediar toda a trama criminosa, especialmente os elementos materiais que viabilizaram a empreitada, realizando os acertos monetários e obtenção do veículo. Ademais, ele viajou de Imperatriz (MA) a Marabá, com Luís Cláudio, e realizou uma série de buscas para localizar a vítima.

Ainda de acordo com o MP, Shirliano Graciano de Oliveira, o “Balão”, foi o responsável por intermediar as negociações entre os executores e Diogo Costa Carvalho.

Por fim, Rafael Bizerra da Silva, cabo da Polícia Militar e amigo de Luís Cláudio (que teve a prisão revogada), é acusado de receber em sua conta bancária os valores que representaram o pagamento da recompensa remetido via depósito não identificado para sua conta bancária, conforme instruído por Luís Cláudio e por Shirliano. (Da Redação)