Correio de Carajás

Mais de 2.000 quelônios povoam o Rio Tocantins

Projeto reúne parceiros, a comunidade e promove trabalho de educação ambiental com estudantes na Praia do Tucunaré

Mais de 2.000 tartarugas e tracajás foram encaminhadas ao rio pelas mãos de crianças

A preservação e a manutenção de animais silvestres no habitat natural são objetivos da soltura de 2.500 filhotes de Quelônios da Amazônia no Rio Tocantins, que ocorreu na manhã de domingo, dia 4 de janeiro de 2024. A soltura foi realizada em uma base existente na Praia do Tucunaré e contou com cerca de 300 pessoas, a maior quantidade já registrada em sete anos de atuação do projeto.

A ação ambiental é iniciativa da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) e do Conselho Municipal de Meio Ambiente de Marabá com o apoio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, executado com recursos do Fundo Municipal de Meio Ambiente de Marabá pelo NEAm/Unifesspa e ainda da Eletronorte.

Desde 2017, o Projeto Quelônios de Marabá vem realizando o manejo de tartarugas da Amazônia (Podocnemis expansa) e tracajás (Podocnemis unifilis). Essa atividade marca o esforço coletivo para conter a extinção destas espécies em nossos rios em área de elevada antropização.

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Ao longo destes anos já foram devolvidos mais de 150 mil filhotes ao rio Tocantins com ajuda de diversos apoiadores.

Estudantes passam a entender a cadeia de produção de novos quelônios que habitam o rio

Coordenado pelo professor José Pedro de Azevedo Martins, o núcleo tem como eixo central desenvolver programas de educação ambiental crítica com projetos centrados na educação formal e informal abordando o contexto político, econômico, ambiental e cultural. Nos últimos anos, o NEAm é responsável pelo desenvolvimento de dois grandes projetos: Propesca e Quelônios do Tocantins. Esses projetos se integram às ações de educação ambiental escolar e popular, contando com a parceria de um conjunto de pesquisadores, tendo como eixo aglutinador a dinâmica socioambiental regional.

Cristiane Vieira explica que a preservação é fruto de um o esforço coletivo para conter a extinção dessas espécies nos rios da Amazônia. “A participação da comunidade é muito importante. Sempre fazemos esse convite, e nós estamos aqui na base permanente de janeiro a janeiro. Este ano tivemos uma resposta maior da população, com centenas de participantes”, explica Cristiane Vieira.

Professora Cristiane Vieira diz que o projeto é fruto de esforço coletivo da sociedade

Para a soltura, as crianças presentes foram convidadas a sentarem na areia e receberam as bacias contendo os animais. Em uma contagem regressiva, os pequenos soltaram os quelônios em um momento de festa e educação ambiental e social, com 2.500 filhotes mergulhando nas águas turvas do Rio Tocantins. Mas nas próximas semanas, muitos outros serão levados para outros pontos por técnicos que trabalham no projeto.

Residente no Bairro Santa Rosa, Carlos Júnior, barqueiro, foi prestigiar o evento e afirmou que a sociedade deveria participar mais de momentos como esse. “Estamos sofrendo com depredações ao meio ambiente, e esse aqui é um ponto importante para que as pessoas possam perceber a importância disso tudo. Muita gente está aqui, veio nesse domingo de manhã participar dessa ação ambiental”, elogiou.

O reitor Francisco Ribeiro, da Unifesspa, prestigiou o evento e falou da importância de a universidade estar ao lado da comunidade construindo relações de desenvolvimento. ‘A relevância desse projeto reside na crescente necessidade de formação em educação ambiental. Estou impressionado com a quantidade de ovos que foram coletados, com a quantidade de quelônios que estão sendo incorporados à natureza. Esse projeto é fruto de um compromisso coletivo, em prol da sustentabilidade”, enalteceu.

 

(Ulisses Pompeu e Thays Araujo)