Correio de Carajás

Mãe quer solução para morte do filho

Vítima chegou a ser socorrida ao HGP, mas não resistiu

 

Foi liberado do Instituto Médico Legal (IML) de Marabá, nesta segunda-feira (17), o corpo de Marcos André Sousa Cardoso, de 16 anos, após a mãe, Maria Jociene Sousa, encaminhar os documentos dele de Parauapebas, onde foi morto no sábado (16).

Marcos havia sido apreendido quatro dias antes, na terça-feira (11), sob a acusação de tráfico de drogas. A Polícia Militar o apresentou na 20ª Seccional Urbana de Polícia Civil alegando que ele foi abordado no veículo de um motorista por aplicativo, no Bairro Cidade Jardim, em posse de 108 gramas de maconha.

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Maria Jociene conta que foi retirar o filho da delegacia naquela data e que ele garantiu não ser o proprietário da maconha. “Meu filho nem tinha recurso pra andar com esse tanto de droga”, afirma, acrescentando que o adolescente era constantemente abordado por policiais e que ela e o marido já chegaram a ser detidos em uma dessas situações, quando uma arma foi apresentada. “Não sei de onde saiu aquela arma”, garante.

No sábado, ela foi informada que o filho estava no Residencial Alto Bonito quando ele e um colega foram abordados pela Polícia Militar. Em seguida, ambos foram liberados e Marcos seguia para casa, no Bairro Vila Nova, quando foi alvejado por dois homens em uma motocicleta. Conforme ela, o baleamento ocorreu próximo ao Polo Moveleiro.

Marcos chegou a ser socorrido para o Hospital Geral de Parauapebas (HGP), onde se iniciou uma confusão em relação ao nome dele, pois foi apresentada uma declaração de batismo identificando-o como Juvenal Sousa Cardoso, embora os familiares alegassem que o nome dele era Marcos André Sousa Cardoso.

Marcos André foi morto a tiros em Parauapebas
Marcos André foi morto a tiros em Parauapebas

Na ocasião, o padrasto, Francisco Freitas dos Santos, informou à Reportagem que o adolescente possuía passagens pela polícia sob a acusação de tráfico de drogas. “Não sei de muita coisa sobre ele. Saio de casa 5 horas e só chego entre 19 e 20 horas. Vou direto dormir”, disse.

No final de semana o corpo foi removido para o Instituto Médico Legal de Marabá ainda sem a identificação correta, realizada pela mãe nesta segunda. Maria Jociene afirmou ao Correio de Carajás que Marcos André era usuário de drogas, mas que não causava transtornos à sociedade.

“Meu filho não roubava e já botaram até uma arma nele, eu fui presa por causa disso e nem sei de onde saiu essa arma. Ele sofria perseguição, toda hora acusavam de droga”, diz, afirmando que ela e o marido já foram extraoficialmente acusados de serem traficantes por conta dessas ocorrências. “Meu marido é trabalhador, é fichado, eu trabalho em um barzinho que tem aqui”, defende-se.

Ela lamentou a morte do filho e informou que pretende sepultá-lo nesta terça (18), aguardando que a Polícia Civil investigue o crime e chegue aos autores do assassinato. (Com informações de Zeus Bandeira e Ronaldo Modesto)