Correio de Carajás

Lula volta à prisão após se despedir do neto

Quase nove horas após ter decolado de Curitiba na manhã de ontem, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou às 15h45 de sábado (2) à Superintendência da Polícia Federal na cidade, onde cumpre prisão por corrupção e lavagem de dinheiro.

Quando Lula desembarcou do helicóptero que o trouxe do aeroporto à sede da PF, alguns militantes gritaram em coro “força, Lula” e “Lula guerreiro”. O ex-presidente não acenou enquanto caminhava do heliponto para a área interna da sede da PF.

Ao todo, 275 policiais militares participaram da operação.

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Lula está preso desde 7 de abril de 2018 em uma sala especial na Polícia Federal (PF) em Curitiba. Nesse período, Arthur foi visitá-lo duas vezes. O ex-presidente cumpre pena de 12 anos 1 mês por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá, da Operação Lava Jato.

Segundo a Justiça, Lula recebeu propina da empreiteira OAS na forma de um apartamento no Guarujá, em troca de favores na Petrobras. A defesa do ex-presidente nega as acusações.

Essa foi a segunda vez que Lula deixou a prisão. Na primeira, em 14 de novembro do ano passado, ele saiu para prestar depoimento à juíza Gabriela Hardt, que substitui Sergio Moro nas ações da Operação Lava Jato que ainda correm na primeira instância.

Em janeiro deste ano, a defesa de Lula solicitou à Justiça que o ex-presidente deixasse à prisão para ir ao funeral de seu irmão Genival Inácio da Silva, o Vavá, em São Bernardo do Campo. Mas a juíza Carolina Lebbos – responsável por supervisionar o cumprimento da pena de Lula e autora da decisão que o liberou para o velório do neto – negou.

Na ocasião, a magistrada diz ter tomado a decisão com base em um parecer da Polícia Federal, segundo o qual não era possível, à época, garantir a segurança de Lula e das demais pessoas durante o trajeto até São Bernardo devido ao curto prazo.

Pouco antes do enterro de Vavá, no entanto, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou o ex-presidente a deixar a prisão. Mas Lula decidiu não ir – não havia mais tempo hábil.


Confira abaixo a cronologia das quase 9 horas de Lula fora da prisão:

7h – Lula deixa a carceragem da PF em Curitiba de helicóptero

7h19 – Decola em um avião Cessna Grand Caravan de prefixo PP MMS, que pertence ao governo do Paraná, do aeroporto de Bacacheri.

8h31 – Pousa no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo.

10h25 – Embarca em helicóptero para São Bernardo do Campo.

11h – Chega ao velório em um carro da PF sob um forte esquema de segurança. O acesso ao funeral e à cerimônia de cremação foi restrito a familiares e amigos.

13h – Deixa o cemitério Jardim da Colina após a cerimônia de cremação.

13h20 – Volta para Congonhas em helicóptero da PM.

14h14 – Embarca de volta para Curitiba no mesmo avião que o levou a São Paulo.

15h30 – Pousa no aeroporto de Bacacheri.

15h45 – Retorna à carceragem da PF.


A morte e o velório de Arthur

Arthur Araújo Lula da Silva era filho de Marlene Araújo Lula da Silva e Sandro Luis Lula da Silva, filho da ex-primeira-dama Marisa Letícia.

O menino deu entrada no Hospital Bartira, em Santo André, às 7h20 da sexta-feira, com “quadro instável”. Ele morreu às 12h11 “devido ao agravamento do quadro infeccioso”, segundo a assessoria da Rede D’Or São Luiz, da qual o hospital faz parte.

A meningite é um processo inflamatório das meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Ela pode ser causada por diversos agentes infecciosos (bactérias, vírus ou fungos). A meningocócica é uma meningite bacteriana e, junto com a pneumocócica, é considerada uma das formas mais graves e preocupantes da doença.

O corpo de Arthur foi cremado no cemitério Jardim da Colina, o mesmo a avó, Marisa Letícia, foi cremada em fevereiro de 2017.

A ex-presidente Dilma e o candidato à Presidência pelo PSOL em 2018, Guilherme Boulos, estão entre os que compareceram ao velório. Na entrada, centenas de militantes e apoiadores se concentraram e receberam Lula aos gritos.