Correio de Carajás

LINFOMAS

O termo linfoma foi descrito pela primeira vez pelo médico Thomas Hodgkin, em 1839. Os linfomas são neoplasias malignas que atingem órgãos e estruturas do sistema linfático, fundamental na manutenção da defesa do nosso organismo contra doenças e infecções.

      Os linfomas são doenças potencialmente curáveis, mesmo nas fases avançadas. “O tipo do linfoma determina se tem maior ou menor chance de cura. Os indolentes são pouco agressivos e podem conviver com o paciente por muitos anos, outros requerem tratamento imediato com quimioterapia ou radioterapia.

      Os linfomas em geral se originam dos linfonodos ou gânglios linfáticos, mas eventualmente podem acometer outros órgãos, como baço, fígado, medula óssea, estômago, intestino, cérebro, pele, entre outros. Se caracteriza quando o linfócito, que é o glóbulo branco, se transforma numa célula maligna, crescendo de modo desordenado, e criando outras células idênticas.

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      Alguns linfomas estão relacionados a infecções crônicas, que podem predispor à mutação das células linfáticas. Podem ocorrer devido a fatores ambientais, como a exposição a produtos químicos. Assim, também pode estar relacionado a algum tipo de linfoma, o vírus HTLV1, a imunossupressão, a infecção pelo vírus Epstein-Barr (mononucleose), infecção pelo HIV e pela bactéria H. pylori. A incidência da doença está aumentando nos últimos anos.

      Em geral o primeiro sinal do linfoma é a presença de linfonodos, conhecidos como ínguas, mesmo sem nenhuma infecção. Nesse caso, os glóbulos brancos proliferam desordenadamente, gerando o crescimento anormal dos linfonodos. Os linfonodos infecciosos comumente são dolorosos, ao contrário daqueles presentes nos linfomas que são indolores.

      O surgimento da íngua nem sempre é um sintoma de linfoma. O aumento do tamanho de um gânglio linfático pode ocorrer devido ao desenvolvimento de um câncer como o linfoma, mas também ser causado por infecção ou inflamação. O recomendável é consultar um especialista para avaliar cada caso com o objetivo de identificar possíveis causas, principalmente se não houver infecção no local.

      O paciente pode ser completamente assintomático ou pode apresentar sintomas específicos de acordo com o seu subtipo e fase da doença. Entre os sintomas mais comuns estão: perda de peso, febre vespertina, sudorese noturna anormal, coceira no corpo, aumento dos gânglios linfáticos sem motivo especifico, fraqueza, fadiga, entre outros.

      O diagnóstico é feito após a obtenção de tecido do paciente, por meio de biópsia do gânglio alterado e analisado pelo patologista, em casos onde existe a suspeita clínica. Feito o diagnóstico por um médico patologista, o próximo passo é o estadiamento, para identificar outras áreas possivelmente acometidas pelo câncer. Também são pedidos exames de imagem para auxiliar no diagnóstico.

      No que diz respeito ao tratamento, a quimioterapia e a radioterapia são as modalidades mais utilizadas. Mas, em alguns casos, também poderá ser necessário a realização de transplante de medula óssea. O esquema de tratamento pode variar principalmente de acordo com o subtipo específico do linfoma, da extensão da doença e das características clínicas do paciente. Os anticorpos monoclonais também podem ser utilizados no tratamento associados à quimioterapia.

      As recomendações especiais na prevenção de Linfomas são: evite a exposição prolongada a produtos químicos, em especial aos produtos agrícolas. Pacientes infectados com o vírus HTLV e o vírus HIV correm risco maior de desenvolver linfoma, portanto devem estar mais atentos aos sintomas. Faça um autoexame frequentemente, pois quanto mais você conhecer o próprio corpo, mais depressa identificará possíveis alterações físicas.

      A incidência de linfoma aumenta com a idade; por isso os idosos, principalmente os de ascendência europeia, devem redobrar a atenção. Procure um médico se notar a presença de uma íngua (gânglio) no pescoço, axila, virilha, especialmente se ela não for dolorosa, tiver crescimento rápido, e você não apresentar nenhum outro sinal de infecção. O tema prossegue na edição de terça feira.

* O autor é especialista em cirurgia geral e saúde digestiva.