Correio de Carajás

Laudos não confirmam execução

Durante coletiva realizada em Belém, na sede da Delegacia-Geral, com a presença do diretor do Centro de Perícias Científicas (CPC), Orlando Salgado; secretário de Segurança Pública do Pará, Jeannot Jansen; e o delegado geral de Polícia Civil, Rilmar Firmino, foram apresentados os resultados de cinco laudos sobre os tiros disparados nas 10 pessoas mortas pela polícia na fazenda Santa Lúcia, em Pau D’Arco, no dia 24 do mês passado.

As mortes aconteceram durante uma ação policial para cumprir 14 mandados de prisão. As investigações seguem intensas no sentido de descobrir se as mortes foram resultado de confronto entre policiais e grileiros ou se as vítimas foram executadas pela polícia.

Para o advogado Júlio Araújo Neto, que advoga para a Associação Nacional de Defesa dos Direitos Humanos dos Trabalhadores em Segurança (ADDIHTS) e também para o Sindicato dos Delegados de Polícia (Sindelp), os laudos são favoráveis à defesa dos policiais.

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Segundo Júlio Neto, foi constatado que nove vítimas foram alvejadas frontalmente por duplo disparo e apenas uma sofreu um tiro lateral com arma compatível com calibre 12. Além disso, continua ele, todos os tiros foram disparados à distância e não há sinais de outros tipos de lesões nos corpos.

Ainda de acordo com ele, foi realizada uma ampla varredura na área da operação policial, que confirmou que as vítimas foram alvejadas em vários locais. “Ou seja, houve uma troca de tiros, uma refrega”, aposta Júlio Neto.

Questionado sobre o fato de a polícia ter removido os corpos do local, o advogado explica que isso ocorreu porque em Redenção – para onde as vítimas foram levadas – não há uma base do Instituto Médico Legal (IML), e como algumas das vítimas estavam ainda vivas, os policiais as transportaram nas viaturas, inclusive para tentar atendimento médico.

“Como afirmou o Sindelp, os elementos comprobatórios referentes ao ocorrido em Pau D’Arco se concretizaram na fala do sindicato, pela experiência que todos ali têm, da convivência das questões de grileiros e de grupos armados, que, através de tocaia, tentaram emboscar os policiais”, acusa Júlio Neto.

Ainda segundo o advogado, com esse laudo, ficam descaracterizadas as intenções da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), que teria prejulgado os policiais.

Perguntado sobre a falta de comprovação de pólvora nos coletes dos policiais e tampouco de impactos de projétil de armas de fogo, Júlio Neto respondeu que isso não quer dizer que não houve confronto. Mas quer dizer apenas que os atiradores não alcançaram os coletes dos policiais.

Em compensação, ele acredita que no laudo balístico – que deve sair no máximo em 45 dias – deve ser constatada pólvora combusta nas mãos das vítimas, confirmando que estes também atiraram na direção dos policiais.

No portal do governo do Estado, o diretor do CPC, Orlando Salgado, confirmou que um dos exames fundamentais para a investigação, e que ainda não ficou pronto, é justamente o de balística. “É um trabalho demorado, pois precisamos periciar as 53 armas coletadas no local. Essa perícia deve ficar pronta até o fim do mês de julho”, informou Salgado.

Segup destaca celeridade e transparência

O titular da Segup, Jeannot Jansen, disse que a entrega dos laudos é mais uma das etapas da investigação, que apura com rigor e transparência a operação policial. “Não se pode afirmar se as linhas de investigação vão mudar, mas podemos dizer que estamos trabalhando com celeridade para apresentar respostas à sociedade”, afirmou o secretário.

“A investigação é composta por um conjunto probatório. Estamos na fase de apuração e coleta de dados. Ainda é prematuro, portanto, tirar qualquer conclusão a partir dos laudos periciais apresentados pelo ‘Renato Chaves’. Uma coisa podemos afirmar: se houve excesso, quem cometeu será penalizado”, completou o delegado-geral de Polícia Civil, Rilmar Firmino.

Os inquéritos que apuram as mortes de pessoas que ocupavam a fazenda Santa Lúcia foram instaurados no dia 24 de maio, logo após a ocorrência. A Polícia Civil tem o prazo de 30 dias – que podem ser prorrogados por mais 30 – para apresentar os resultados da investigação.

O inquérito policial militar, que também apura a conduta dos policiais envolvidos, tem prazo de finalização de 40 dias, que pode ser prorrogado por mais 20. Todos os agentes de segurança envolvidos na operação continuam afastados das funções. (Agência Pará)

 

Saiba +

Os laudos concluídos até agora – entregues ao Departamento de Investigações Especiais da Polícia Civil – foram de levantamento de local sem cadáver, perícia em veículos e nos coletes usados pelos policiais durante a operação e os laudos necroscópico e de danos no patrimônio.

Durante coletiva realizada em Belém, na sede da Delegacia-Geral, com a presença do diretor do Centro de Perícias Científicas (CPC), Orlando Salgado; secretário de Segurança Pública do Pará, Jeannot Jansen; e o delegado geral de Polícia Civil, Rilmar Firmino, foram apresentados os resultados de cinco laudos sobre os tiros disparados nas 10 pessoas mortas pela polícia na fazenda Santa Lúcia, em Pau D’Arco, no dia 24 do mês passado.

As mortes aconteceram durante uma ação policial para cumprir 14 mandados de prisão. As investigações seguem intensas no sentido de descobrir se as mortes foram resultado de confronto entre policiais e grileiros ou se as vítimas foram executadas pela polícia.

Para o advogado Júlio Araújo Neto, que advoga para a Associação Nacional de Defesa dos Direitos Humanos dos Trabalhadores em Segurança (ADDIHTS) e também para o Sindicato dos Delegados de Polícia (Sindelp), os laudos são favoráveis à defesa dos policiais.

Segundo Júlio Neto, foi constatado que nove vítimas foram alvejadas frontalmente por duplo disparo e apenas uma sofreu um tiro lateral com arma compatível com calibre 12. Além disso, continua ele, todos os tiros foram disparados à distância e não há sinais de outros tipos de lesões nos corpos.

Ainda de acordo com ele, foi realizada uma ampla varredura na área da operação policial, que confirmou que as vítimas foram alvejadas em vários locais. “Ou seja, houve uma troca de tiros, uma refrega”, aposta Júlio Neto.

Questionado sobre o fato de a polícia ter removido os corpos do local, o advogado explica que isso ocorreu porque em Redenção – para onde as vítimas foram levadas – não há uma base do Instituto Médico Legal (IML), e como algumas das vítimas estavam ainda vivas, os policiais as transportaram nas viaturas, inclusive para tentar atendimento médico.

“Como afirmou o Sindelp, os elementos comprobatórios referentes ao ocorrido em Pau D’Arco se concretizaram na fala do sindicato, pela experiência que todos ali têm, da convivência das questões de grileiros e de grupos armados, que, através de tocaia, tentaram emboscar os policiais”, acusa Júlio Neto.

Ainda segundo o advogado, com esse laudo, ficam descaracterizadas as intenções da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), que teria prejulgado os policiais.

Perguntado sobre a falta de comprovação de pólvora nos coletes dos policiais e tampouco de impactos de projétil de armas de fogo, Júlio Neto respondeu que isso não quer dizer que não houve confronto. Mas quer dizer apenas que os atiradores não alcançaram os coletes dos policiais.

Em compensação, ele acredita que no laudo balístico – que deve sair no máximo em 45 dias – deve ser constatada pólvora combusta nas mãos das vítimas, confirmando que estes também atiraram na direção dos policiais.

No portal do governo do Estado, o diretor do CPC, Orlando Salgado, confirmou que um dos exames fundamentais para a investigação, e que ainda não ficou pronto, é justamente o de balística. “É um trabalho demorado, pois precisamos periciar as 53 armas coletadas no local. Essa perícia deve ficar pronta até o fim do mês de julho”, informou Salgado.

Segup destaca celeridade e transparência

O titular da Segup, Jeannot Jansen, disse que a entrega dos laudos é mais uma das etapas da investigação, que apura com rigor e transparência a operação policial. “Não se pode afirmar se as linhas de investigação vão mudar, mas podemos dizer que estamos trabalhando com celeridade para apresentar respostas à sociedade”, afirmou o secretário.

“A investigação é composta por um conjunto probatório. Estamos na fase de apuração e coleta de dados. Ainda é prematuro, portanto, tirar qualquer conclusão a partir dos laudos periciais apresentados pelo ‘Renato Chaves’. Uma coisa podemos afirmar: se houve excesso, quem cometeu será penalizado”, completou o delegado-geral de Polícia Civil, Rilmar Firmino.

Os inquéritos que apuram as mortes de pessoas que ocupavam a fazenda Santa Lúcia foram instaurados no dia 24 de maio, logo após a ocorrência. A Polícia Civil tem o prazo de 30 dias – que podem ser prorrogados por mais 30 – para apresentar os resultados da investigação.

O inquérito policial militar, que também apura a conduta dos policiais envolvidos, tem prazo de finalização de 40 dias, que pode ser prorrogado por mais 20. Todos os agentes de segurança envolvidos na operação continuam afastados das funções. (Agência Pará)

 

Saiba +

Os laudos concluídos até agora – entregues ao Departamento de Investigações Especiais da Polícia Civil – foram de levantamento de local sem cadáver, perícia em veículos e nos coletes usados pelos policiais durante a operação e os laudos necroscópico e de danos no patrimônio.