Correio de Carajás

JBS foi negligente após 1º vazamento de amônia e 37 estão no HMM

Uma pessoa foi entubada e está em estado grave na Unidade de Cuidados Especiais (UCE)

Foto: Divulgação redes sociais

A Reportagem do CORREIO DE CARAJÁS apurou que, em verdade, dois vazamentos de amônia ocorreram na unidade do frigorífico da JBS em Marabá, na manhã desta segunda-feira (12). Em conversa com a reportagem na porta do Hospital Municipal de Marabá, por volta de 13 horas, uma colaboradora que atua no setor administrativo da empresa revelou ter ocorrido um primeiro vazamento, porém mais fraco, e todo mundo saiu correndo para o lado de fora do prédio.

De lá, foi ordenado que eles retornassem ao prédio. “Disseram pra gente que controlaram e depois que retornamos, houve um segundo vazamento, bem mais forte”, contou. Quando saía do administrativo, às pressas, a colaboradora percebeu que na saída do setor de desossa “a visão era angustiante, muita gente caindo, passando mal. Foi terrível”.

A colaboradora do frigorífico sentiu o forte odor nas vias aéreas, foi levada ao HMM, mas se sentia melhor e pediu para ir para casa. Diferente de dezenas de pessoas que continuam no Hospital Municipal, internadas.

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A JBS parece não ter um departamento de gestão de risco para avaliar situações como esta informada pela funcionária. Se tivesse atuado com presteza, o caso não teria se agravado.

A Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Marabá informou à Reportagem do CORREIO que 37 funcionários da JBS foram internados e que 36 estão estabilizados, sendo que um se encontra entubado, em estado grave, na UCE (Unidade de Cuidados Especiais). A expectativa é que todos os demais tenham alta até 18 horas.

A Secom também informou que uma equipe extra foi acionada, com médicos e enfermeiros para atender a situação de contingência. “Todos os pacientes foram atendidos a contento. Todos passaram por tomografia, raio-x e outros exames”, disse Alessandro Viana, secretário de Comunicação da Prefeitura de Marabá.

A amônia que teria vazado no frigorífico é um produto químico perigoso, corrosivo para a pele, olhos, vias aéreas superiores e pulmões, capaz de causar intoxicação de pessoas.

O Ministério Público do Trabalho e a Promotoria de Meio Ambiente do MPPA também estão informados sobre o ocorrido e vão atuar na situação. Paulo Chaves, chefe de fiscalização da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, disse que já deslocou uma equipe para a JBS para avaliar possíveis danos ao meio ambiente.

A Reportagem do CORREIO continua aguardando a demorada nota que a JBS prometeu enviar à Imprensa para falar sobre o ocorrido. (Luciana Araújo e Ulisses Pompeu)