As queimadas fazem novos estragos aos arredores de Marabá. Desta vez, na zona rural do município de Itupiranga, no Projeto de Assentamento Alastança, um local de retiro da Igreja Adventista, próximo à Vila Josinópolis, mais conhecida como Vila Seca, há 42 km de da sede. O incêndio destruiu 13 das 30 casas existentes, dando perda total aos seus moradores.
Segundo o vereador Izaías da Lojinha, que tomou conhecimento da situação, ocorrida no sábado (15), o dono de uma propriedade próximo ao PA Alastança colocou fogo em um lixo na quarta-feira (12), e depois deixou o local para ir ao PA Palmeiras com sua família, visitar alguns parentes que lá residem.
O fogo teria se apagado, mas as cinzas voltaram a causar um novo incêndio na quinta-feira (13), ficando sem controle, e atingindo terrenos vizinhos, inclusive as casas dos adventistas.
Leia mais:“Foi bem rápido, o fogo tomou conta dos pastos, queimou cercas, currais. Naquela região não sobrou quase nada. Inclusive, ainda está pegando fogo lá, a própria população que está tentando apagar”, disse o vereador.
Ao ser questionado se o Corpo de Bombeiros teria sido acionado, o vereador Izaías comentou que sim, porém, eles não teriam atendido a ocorrência. “O Corpo de Bombeiros de Marabá é complicado né?”, avaliou o vereador.
O Portal Correio conseguiu entrar em contato com Neuziane Ribeiro, uma das proprietárias de terrenos vizinhos, que foram atingidos pelas chamas. Ela estima que 40 alqueires de terra foram devastados pelo fogo.
“Desde quinta-feira que esse fogo vem queimando, e quando foi no sábado ele atingiu nossas terras. Tivemos que dar um jeito de apagar sozinhos, pois nem o Corpo de Bombeiros pôde nos ajudar”, relembra Neuziane.
Vinte homens foram chamados da Vila Ipiranga, localizada a 3,5 km do PA Alastança, para tentar apagar o fogo. Após horas, eles conseguiram.
Neuziane conta que três donos de propriedades na área ficaram prejudicados, incluindo o seu sogro, que doou parte do terreno para a Igreja Adventista realizar retiros espirituais, onde foram construídas as casas.
Ainda segundo Neuziane, seu sogro chegou a conversar com o causador do incêndio, porém ele alegou não saber que o fogo que havia colocado no lixo iria tomar essas proporções.
Além disso, segundo o sogro de Neuziane, o homem não teria dinheiro para arcar com os prejuízos, inclusive, ele disse ter se mudado da cidade para essa terra, por não ter condições de sustentar sua família no meio urbano.
“Ele disse que sobrevive apenas de um salário mínimo, para sustentar a terra e sua família. Então, por mais que ele quisesse nos pagar de alguma forma, ele não possui condições financeiras”, explica Neuziane.
Na segunda-feira (17), ela e seu esposo foram até a Delegacia de Polícia Civil de Itupiranga, para registrar um Boletim de Ocorrência sobre o incêndio.
O Portal Correio solicitou um posicionamento do Corpo de Bombeiros, por não ter atendido a ocorrência. Mas, até o fechamento dessa reportagem, não obteve retorno. (Zeus Bandeira)