Correio de Carajás

Irritados com ‘banho maria’, servidores da FCCM vaiam vereadores

Após o vereador Ilker Moraes pedir vistas do Projeto de Lei Nº 24, de 7 de maio de 2019, durante Sessão Ordinária realizada ontem, terça-feira (11), nesta quarta (12) os servidores da Fundação Casa da Cultura invadiram a Sessão Solene em homenagem aos profissionais da Imprensa e protestaram contra o que consideram “banho maria” do Poder Legislativo em relação à aprovação do projeto.

Como explica a justificativa do texto apresentado, nenhuma gestão anterior dotou a FCCM de estrutura administrativa por meio da edição de lei específica, sendo que até o momento os trabalhos administrativos eram realizados sem definição legal de atribuições e competências funcionais, ou seja, as atividades vinham sendo realizadas sem quadro próprio, com exceção da presidência.

Neste sentido, a presidente da casa, Vanda Américo, explicou hoje ao Portal Correio de Carajás que mesmo a realização de concurso público para a fundação depende da aprovação desta lei, explicando, inclusive, que os professores da Escola de Música Moisés Araújo, por exemplo, estão há dois meses sem receber desde que o Tribunal de Contas do Município alertou a Prefeitura Municipal de Marabá sobre contratação irregular.

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“Teria que ter essa estrutura toda definida, na nomenclatura de cada curso, cada instrumento, como o professor vai concorrer no concurso. Nesse momento precisamos fazer para não perder o ano letivo na fundação. Não é uma oficina de música, é ano letivo. Começamos as aulas em abril, mas apenas precisamos regularizar essa situação, para a escola exista de direito e só assim a gente possa registrar junto ao Ministério da Educação e ser possível receber recursos da União”, afirma.

De acordo com ela, atualmente a escola de música possui quase dois mil alunos e 27 professores que estão sem salário neste momento. “Mandamos um projeto para a Casa de Leis porque só existia o cargo de presidente, os funcionários eram cedidos pela prefeitura, hoje já há organograma e os professores vão existir de fato e direito, assim passa a haver a carreira e melhora dos salários”.

O projeto, enviado pelo Poder Executivo, já foi aprovado em três comissões parlamentares, faltando apenas ser votado em Plenário. Na sessão de terça foi solicitada a inclusão na pauta, mas houve o pedido de vistas do vereador. “Um profissional veio e mostrou para ele e explicou passo a passo todas as informações solicitadas. A Fundação esteve aqui várias vezes falando com as comissões, todos os documentos solicitados foram fornecidos com total transparência”, comentou a presidente.

Em meio ao protesto dos servidores, o vereador Ilker Moraes pediu a palavra nesta quarta-feira e disse que o projeto foi protocolado na casa no dia 8 de maio, não procedendo a informação de que está em tramitação desde março. Além disso, afirmou que foram necessárias algumas correções.

Justificou ter pedido vistas para avaliar se estava tudo de acordo porque poderia haver irregularidade, acrescentando não haver cabo de guerra e concordando que os servidores precisam receber os salários, afirmando que o projeto será aprovado à unanimidade na sessão da próxima terça-feira, dia 18.

Gilson Dias, presidente da Comissão de Orçamento e Finanças, acusado de ter segurado muito tempo o projeto, também se posicionou, afirmando que em nenhum momento tentou protelar. Disse que presidência da Casa da Cultura não atuou dentro do prazo e que se este vencia em março, o projeto deveria ter sido encaminhado em janeiro. Por fim, disse que a Câmara Municipal não pode responder por falhas da administração. “Estamos aqui para aprovar projetos que não tenham vícios”.

Ao final da discussão, Vanda Américo afirmou acreditar que a forma como o projeto foi apresentado vai evitar qualquer impedimento para a votação de terça-feira. “Temos confiança que seja votado na próxima terça até porque estes profissionais estão há dois meses sem receber e há aqueles que precisam pagar pensão alimentícia e estão passando dificuldades. Assim que for aprovado, vai para sanção e o prefeito informou que chegando na mesa dele sanciona e já paga os dois meses atrasados”. (Luciana Marschall)

Confira o projeto de lei: http://www.maraba.pa.leg.br:8080/sapl/sapl_documentos/materia/17250_texto_integral