Eis que mais uma reviravolta surge no horizonte da sucessão do Sindicato dos Empregados no Comércio do Município de Marabá (Sindecomar) no mês em que o impasse completou um ano. Por decisão da juíza do Trabalho Bianca Libonato Galúcio, a atual diretoria de uma das maiores representações de classe da região foi destituída e teve as contas em cinco instituições financeiras bloqueadas a fim de garantir o cumprimento da sentença. A recém-designada comissão eleitoral, composta por dois membros da federação, vindos de Belém, passou a dirigir o sindicato temporariamente nesta segunda-feira (21), até que um novo comando seja escolhido.
A magistrada acolheu, na sentença, pedido do Ministério Público da União (MPU). Além do desligamento de todos os integrantes da cúpula sindical, Bianca Galúcio ainda proibiu a candidatura de 14 integrantes da diretoria afastada a qualquer cargo eletivo na entidade. Os réus são João Luís da Silva Barnabé (ex-presidente), Sheila Rodrigues Neves (secretária-geral), Raimundo Nonato Rodrigues da Silva, Edecy Araújo Silva, Jecivaldo Rodrigues Lima, Franquimatos dos Santos Lima, João Fernandes de Arruda, Raimundo Nonato Pereira Barros, Vanúsia Pereira de de Oliveira Raiol, Antônio Oliveira de Almeida, Patrícia Ribeiro Lisboa, Adão Peixoto da Rocha, Julimar Silva Santos e Ubiratan Feitosa Barros.
No rol de interessados no processo, avaliado em R$ 300 mil, estão a Caixa Econômica Federal, o Banco do Brasil, o Banco Santander, o Itaú Unibanco e o Banco Bradesco. É que o Sindecomar possui contas nestas instituições, mas todas foram bloqueadas por decisão da juíza do Trabalho. O descumprimento da ordem judicial acarreta multa de R$ 50 mil, sem prejuízo das sanções penais previstas pelo crime de desobediência.
Leia mais:Os sindicalistas José Marcos de Lima Araújo (de Belém), Dineia de Oliveira Capucho (Marabá) e Thiago de Castro Barbosa (Belém) são os novos dirigentes do Sindecomar (interventores), até que o processo eleitoral finalmente ocorra. A juíza concedeu 90 dias para que uma nova diretiva seja escolhida pelos trabalhadores do comércio de Marabá, mas o pleito já foi marcado para 12 de janeiro, com funcionamento na sede e nos locais de trabalho dos associados, por meio de urnas fixas e itinerantes.
DEFESA
Procurado por repórter do CORREIO, o presidente afastado, João Luís da Silva Barnabé, acusou o ex-presidente e adversário Adelmo Azevedo de Lima (o Adelmo do Sindicato) de orquestrar o que chama de tapetão. “O advogado da chapa de oposição que entrou na Justiça pedindo a minha saída sem alegações plausíveis. Sou acusado de enriquecimento ilícito, mas não há prova alguma disso nos autos do processo. Tudo foi articulado nos bastidores. Agora a família do Adelmo está ocupando a diretoria do sindicato”, protesta.
João Luís, na oportunidade, argumentou que respeita e acata as decisões da Justiça, mas prometeu recorrer. “Já estamos tentando derrubar essa decisão da juíza, que foi tomada logo no início do recesso judiciário. Também questionamos a isenção do Ministério Público [da União] por abrir um processo sem averiguar os fatos. Como não somos desobedientes à Justiça, o que pode ser comprovado em matérias no Jornal Correio, estamos cumprindo a decisão. O que nos resta é recorrer”, finaliza ele.
O outro ex-presidente citado por ele, Adelmo Azevedo, não foi localizado ontem para comentar o assunto. (Da Redação)