Na tarde desta segunda-feira, 22, indígenas de várias aldeias da Terra Indígena Mãe Maria, realizaram uma manifestação bloqueando o trânsito de veículos em dois pontos da BR-222, impedindo o acesso a Bom Jesus do Tocantins e outras cidades à margem da referida rodovia federal.
Eles protestam para que o governo do Estado garanta escola em suas comunidades para que crianças e jovens tenham acesso à educação. Eles utilizaram tratores e carros particulares para impedir a passagem de veículos em qualquer sentido.
Em entrevista à Reportagem do CORREIO, o cacique Kykyire, da aldeia Krypei, informou disse que sua comunidade está cansada de promessa de construção de uma escola de qualidade. Eles chegaram a construir uma escola rústica enquanto o governo erguesse uma definitiva. “Mas ela caiu, fizemos de novo, e estamos aqui porque nossos meninos merecem uma coisa melhor”, disse ele.
Leia mais:Quem também falou com a Imprensa foi a cacique Awyre Aromkwyiti Kukakrykre, da aldeia Krijakrytikatêjê. Segundo ela, a educação escolar indígena não contempla todas as aldeias da TI Mãe Maria. “Dias atrás houve uma reunião com o governador Helder Barbalho em Belém para discutir esse tema. O processo para abertura da nossa escola está há mais de 90 dias parado na Seduc. Estamos com 35 alunos sem estudar e estamos chegando no meio do ano e podemos perder o ano letivo por isso”, lamenta ela.
O condutor Wélio Gonçalves, de Bom Jesus do Tocantins, ficou parado por várias horas por conta da manifestação e fechamento da rodovia pelos indígenas. Ele reconhece a importância da reivindicação das demandas da educação, mas acredita que ela deveria ser feita em frente à sede do governo, em Belém. Minha filha está doente em Bom Jesus e não consigo chegar em casa para acodi-la”, vociferou.
Uma equipe da Polícia Rodoviária Federal também esteve no local para dialogar com os indígenas e entender a motivação da manifestação, que o agente Edson Dias considerou pacífica. “Vamos repassar todas as informações para nossos superiores, porque este episódio ocorre em uma estrada federal”, disse ele.
A Reportagem do CORREIO tentou ouvir a versão da Diretoria de Regional de Educação para dar explicações sobre as reivindicações dos indígenas, mas o telefone do coordenador Magno Barros, remetia à caixa postal, já que ele estava até o início da noite dialogando com as lideranças nas aldeias, onde não há sinal de celular.
(Milla Andrade e Ulisses Pompeu)