Gestores de escolas municipais em Marabá celebram a publicação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) nesta terça-feira (15). É que o município aponta elevação no indicador que verifica a qualidade dos anos iniciais (1º ao 5º ano) e finais (6º ao 9º ano) do ensino fundamental, assim como do ensino médio. A avaliação referente a 2019 também mostra que as metas projetadas para o ano foram superadas.
Operado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), autarquia do Ministério da Educação (MEC), o parâmetro é composto por dois tipos de dados: as taxas de aprovação, fornecidas pelo Censo Escolar, e o desempenho dos alunos no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), que avalia o conhecimento em língua portuguesa e matemática.
De acordo com o MEC, o Ideb de Marabá para os anos iniciais do ensino fundamental é de 5,1, com base na avaliação realizada em 2019. A nota é 0,5 ponto superior à de 2017, quando o indicador marcava 4,6. O resultado de agora está 0,4 ponto acima da nota projetada pelo Ministério da Educação para os anos iniciais do ensino fundamental.
Leia mais:Quanto aos anos finais do fundamental, Marabá observa o mesmo 0,5 ponto de subida no intervalo de avaliação. Em 2017, o município registrava 3,8 na nota, passando para 4,3 em 2019.
VIZINHAS CAMPEÃS
A escola campeã do Ideb em Marabá foi a Pedro Cavalcante, localizada na Folha 12, Nova Marabá. No segmento das séries inicias tinha índice de 5.3 em 2017 e saltou para 6.5 em 2019.
Nas séries finais do Fundamental, do 6º ano 9º ano, o grande destaque (e já era esperado) foi o CMRio (Colégio Militar Rio Tocantins), localizada na Folha 13, a cerca de 500 metros da Pedro Cavalcante. Ela saltou de 3,4 em 2017 para 5,4 em 2019. Isso se deve, claramente, na mudança radical por que passou aquela escola na atual gestão.
O diretor de Ensino Urbano da Secretaria Municipal de Educação, Fábio Rogério Rodrigues Gomes, celebra os números alcançados e ressalta que eles representam a melhora na qualidade do ensino realizado nas escolas nos últimos anos, tendo como protagonistas os professores, coordenadores pedagógicos, orientador educacional, pais e alunos.
Ele também ressalta que foi preponderante para os resultados alcançados nos dois segmentos a assessoria gratuita que a rede municipal recebeu nos últimos dois anos da Fundação Lemann, que promoveu formação para os educadores da rede. “Além disso, definimos em 2019 que nossa meta para 2020 era de alcançarmos IDEB 5.0, e estamos radiantes e as escolas de parabéns”, ressalta.
Nas redes sociais, os diretores de escolas que tiveram nota do IDEB alavancada celebraram entre si e reconheceram o suporte pedagógico que receberam da SEMED para essa finalidade.
ENSINO MÉDIO
No ensino médio, Marabá ostenta crescimento de 0,4 ponto em contraste com 2017, quando o Ideb espiado sinalizava 2,8. Em 2019, subiu para 3,2. Ficou 0,2 ponto acima da meta projetada, que foi de 3,0 para o ano. Em 2021, a meta será promovida para 3,3. Convém destacar que a medição considera apenas a 3ª série, último ano do ensino médio.
Já Parauapebas, que sempre pontua mais que Marabá no Ideb, apresenta leve contratura no comparativo com o índice passado dos anos iniciais. Em 2017, o município minerador assistia nota 5,7. Agora, a nota é de 5,6. A queda contemplada foi de 0,1 ponto.
Queda semelhante também é percebida nos anos finais do ensino fundamental. Em 2017, alunos do 6º ao 9º ano marcavam no boletim a média de 4,6. Em 2019, a nota geral foi menor: 4,5. Novamente a retração foi de 0,1 ponto.
Admiravelmente, no ensino médio, a “Capital Nacional do Minério de Ferro” fica atrás do município polo do sul e sudeste do Pará. Parauapebas alcançou nota 2,6 em 2017, escalando para 2,8 em 2019. A evolução foi de 0,2 ponto. O município empatou com a meta, que será de 3,1 em 2021.
OUTROS MUNICÍPIOS DA REGIÃO
ANOS INICIAIS
Curionópolis: 5,3 (2017) e 5,4 (2019)
Canaã dos Carajás: 5,0 (2017) e 5,1 (2019)
São Domingos do Araguaia: 3,9 (2017) e 4,0 (2019)
Redenção: 4,8 (2017) e 5,9 (2019)
Tucuruí: 4,6 (2017) e 4,7 (2019)
ANOS FINAIS
Curionópolis: 4,0 (2017) e 4,4 (2019)
Canaã dos Carajás: 3,6 (2017) e 4,2 (2019)
São Domingos do Araguaia: 3,0 (2017) e 3,3 (2019)
Redenção: 3,9 (2017) e 4,0 (2019)
Tucuruí: 3,6 (2017) e 4,0 (2019)
NO BRASIL
Estagnado há anos, o ensino médio do País teve o maior crescimento da história no Ideb registrado em 2019, antes da pandemia da covid-19. O Ideb é o principal medidor de qualidade da educação no Brasil. Por outro lado, o desempenho das crianças de 1º ao 5º ano do ensino fundamental desacelerou e aumentou só 0,1, o menor avanço desde 2005, quando houve a primeira medição.
Mesmo tendo cumprido a meta de 2019 e estando muito próximo de atingir a meta nacional de 2021, até mesmo os dados dos anos iniciais do ensino fundamental mostram que o Brasil ainda tem uma série de diferenças educacionais quando analisados os dados regionais, estaduais e municipais.
Na Região Norte, apenas 36,4% dos municípios atingiram a meta para a rede pública, que concentra a maior parte das matrículas na etapa de ensino. O que significa que cerca de seis a cada dez municípios não atingiram a meta. Na região, apenas 4,9% das redes públicas municipais têm um índice 6 ou maior. (Ulisses Pompeu)