Na manhã desta segunda-feira (20), a paisagem na prainha do São Félix ficou diferente. Além da calmaria das águas e os poucos banhistas debaixo da sombra das barracas, havia o corpo de um homem assassinado com um tiro (ou uma pancada) na cabeça. Logo cedo ambulância do Corpo de Bombeiros e carro-tumba do Instituto Médico Legal (IML) estacionaram na rampa do São Félix, para que os profissionais pudessem atravessar até a praia, periciar o local do crime e remover o cadáver de Oséas do Espírito Santo Maia, de 26 anos.
Este pode ser um homicídio difícil de elucidar, pois nem mesmo os amigos de bebedeira que estavam acampados junto com a vítima sabem dizer o motivo do crime e tampouco ouviram o disparo fatal, embora tenham dividido a mesma tenda com a vítima durante a madrugada em que alguém foi lá e cometeu o crime.
A reportagem do Jornal CORREIO foi até o local do assassinato e ouviu testemunhas que estavam com a vítima. Mas o crime é realmente um mistério. Uma das testemunhas é um adolescente de apenas 16 anos. Ele confirmou que estava acampado ali havia cerca de um mês junto com mais quatro homens e duas mulheres. Mas alega que a vítima só teria chegado ao acampamento na noite anterior.
Leia mais:Disse também que Oséas já era conhecido deles, por isso ficou no local sem problemas. Mas alega que não ouviu falar se a vítima teve algum atrito com alguém ou coisa parecida no domingo ou mesmo nos últimos dias.
Por sua vez, o pescador Willas Pereira também confirmou que estava acampado ali e que Oséas chegara na noite de domingo pedindo para ficar bebendo com eles, no que todo concordaram e somente pela manhã foi que percebeu que o rapaz havia sido assassinado. “Eu vi a brecha na cabeça dele, aí chamei os meninos”, relata, acrescentando que ao perceberem que Oséas havia sido assassinado atravessaram para a rampa do São Félix e avisaram a polícia.
Quem apareceu por lá também foi a jovem Marília Priscila, que convivia com a vítima há cinco meses. Para a reportagem ela confirmou que Oséas estava desempregado e que saíra de casa, no São Félix Pioneiro, no domingo em direção à praia. Foi a última vez que ela o viu com vida.
A jovem viúva confirmou, ainda, que ele bebia muito e que já foi preso há algum tempo por furto de uma motocicleta. Todavia não disse se a morte teve relação com isso ou com algum outro possível delito praticado por Oséas.
A reportagem colheu informação de que um dia antes de morrer Oséas teria se envolvido em uma confusão lá mesmo no São Félix Pioneiro e bateu em uma mulher, por isso ele teria deixado o bairro e ido para a praia na tentativa de se esconder de uma possível vingança. Se foi isso que aconteceu, só as investigações do Departamento de Homicídios poderão dizer. (Chagas Filho com informações de Josseli Carvalho)