Correio de Carajás

Hemorragia subaracnóidea

Sangramento no espaço entre o cérebro e o tecido que recobre o cérebro. A hemorragia subaracnóidea, uma emergência médica, geralmente ocorre devido a um vaso sanguíneo inchado que se rompe no cérebro (aneurisma). Ela pode levar a danos cerebrais permanentes ou morte se não for tratada rapidamente.

O principal sintoma é uma dor de cabeça súbita e forte. O atendimento hospitalar é necessário para a realização dos cuidados médicos e paliativos e para interromper o sangramento e limitar os danos cerebrais. O tratamento pode incluir cirurgia ou terapia baseada em cateter.

Com exceção do traumatismo craniano, a causa mais comum de hemorragia subaracnóidea (HSA) é a ruptura de um aneurisma intracerebral (sacular. São outras etiologias o sangramento em uma malformação vascular (malformação arteriovenosa ou fístula arteriovenosa da dura-máter) e extensão no espaço subaranóideo em decorrência de hemorragia intracerebral primária.

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Aproximadamente 2% da população apresenta aneurismas, e 25.000 a 30.000 casos de ruptura de aneurismas produzindo HSA ocorrem a cada ano nos EUA. O risco de ruptura dos aneurismas ‹ 10 mm de tamanho é de 0,1% por ano; para aneurismas não rotos, a morbidade cirúrgica é muito maior que essa porcentagem. APRESENTAÇÃO CLÍNICA

Cefaleia súbita e intensa, com frequência acompanhada de perda transitória da consciência no início, vômitos são comuns. O sangramento pode lesar o tecido cerebral adjacente e produzir déficits neurológicos focais. A paralisia progressiva do terceiro nervo, geralmente envolvendo a pupila, junto com cefaleia sugere a presença de aneurisma da artéria comunicante posterior.

Além das apresentações graves, os aneurismas podem sofrer pequenas rupturas com extravasamento de sangue no espaço subaracnóideo (sangramentos-sentinela). As manifestações clínicas iniciais da HSA podem ser classificadas com escalas reconhecidamente aceita. O prognóstico para um bom desfecho diminui à medida que o grau aumenta.

A TC sem contraste é o exame inicial de escolha e costuma demonstrar a hemorragia se for realizada em 72 h. A PL será necessária para o diagnóstico dos casos suspeitos de HSA se a TC não for diagnóstica. Xantocromia do LCS é encontrada dentro de 6 a 12 h após a ruptura e dura 1 a 4 semanas.

A angiografia cerebral é necessária para localizar e definir os detalhes anatômicos do aneurisma e determinar se há outros aneurismas não rotos. A angiografia deve ser realizada, assim que possível, após o diagnóstico da HSA. Devem ser realizados exames da coagulação e contagem de plaquetas, com rápida correção das alterações caso seja documentada HSA.

O reparo precoce do aneurisma previne uma nova ruptura. O International Subarachnoid Aneurysm Trial (ISAT) demonstrou melhores resultados com a terapia endovascular em comparação com a cirurgia. Entretanto, alguns aneurismas possuem morfologia não passível de tratamento endovascular, motivo pelo qual a cirurgia ainda é uma importante opção terapêutica para alguns pacientes.

Os anticonvulsivantes são, algumas vezes, iniciados até que o aneurisma seja tratado, embora a maior parte dos especialistas reserve esse tratamento apenas aos pacientes com convulsão. A Pressão Arterial deve ser cuidadosamente controlada preservando-se o fluxo sanguíneo cerebral a fim de diminuir o risco de uma nova ruptura até que o aneurisma seja reparado.

Todos os pacientes devem usar meias de compressão pneumática para prevenir embolia pulmonar; heparina não fracionada, administrada por via subcutânea para a profilaxia da TVP, pode ser iniciada imediatamente após o tratamento endovascular e alguns dias após a craniotomia e clipagem cirúrgica.

A hidrocefalia grave pode exigir a colocação urgente de um cateter ventricular para a drenagem externa do LCS. Alguns pacientes necessitam da colocação de shunt permanente. O agravamento do estado do paciente com HSA nas primeiras horas até dias requer a realização de nova TC para avaliar o tamanho ventricular. Vasospasmo, é a principal causa de mortalidade e morbidade após a ruptura inicial.

 

* O autor é médico especialista em cirurgia geral e saúde digestiva.     

Observação: As opiniões contidas nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do CORREIO DE CARAJÁS.