Correio de Carajás

Greve da Emater inicia com paralisação em 21 municípios da região de Marabá

 

Os servidores da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) do Estado do Pará estão em paralisação, cobrando a assinatura de acordo coletivo, o pagamento de ações judiciais e um aumento salarial que está pendente desde 2021. A greve, que envolve cerca de 80% dos setores da empresa, iniciou nesta segunda-feira (18) e já afeta 21 municípios da regional de Marabá.

Doner Matos, diretor do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público do Pará (Stafpa) e servidor do escritório local de Marabá da Emater, explicou as principais reivindicações dos trabalhadores: “Nossa pauta de reivindicação é a assinatura do nosso acordo coletivo, como somos uma empresa pública, precisamos ter um acordo coletivo assinado, e desde 2020 isso não acontece”, diz.

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Além disso, o diretor alega que há um dissídio do ano de 2016 no qual a justiça do trabalho deu ganho de causa para os trabalhadores. Segundo Doner, a empresa não está cumprindo essa decisão judicial e, embora o juiz esteja oficializando a empresa diariamente para que ela pague, isto não está acontecendo.

O descumprimento judicial por parte da Emater tem sido uma fonte de frustração para os servidores, que esperam há anos pela resolução dessa questão. A ação judicial em questão refere-se a direitos trabalhistas reconhecidos em 2016, mas que até agora não foram pagos.

Outra demanda central da greve é o aumento salarial. Os servidores alegam que estão sem reajuste desde 2021 e consideram essa situação insustentável, dada a inflação e o aumento dos custos de vida. A falta de valorização salarial é uma preocupação que afeta não apenas os trabalhadores da Emater, mas também suas famílias e a qualidade do serviço prestado à população.

A paralisação, que conta com o apoio do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público do Pará, envolve a suspensão das atividades em todas as sedes da Emater nos 21 municípios da região de Marabá. Cartazes escritos com a frase “Pela valorização dos extensionistas da Emater” foram pendurados em frente às sedes, demonstrando a determinação dos servidores em lutar por seus direitos.

Doner ressaltou que, apesar dos transtornos causados pela greve, os servidores estão dispostos a continuar com a paralisação até que suas reivindicações sejam atendidas: “Nossa intenção não é prejudicar a população, mas sim chamar a atenção para nossos direitos que estão sendo negligenciados pela direção da Emater. Estamos abertos ao diálogo, mas não vamos abdicar do que é nosso por direito”, afirmou Matos.

Até o momento, não houve um posicionamento oficial por parte da direção da Emater em relação às demandas dos servidores grevistas. A população dos 21 municípios afetados pela paralisação aguarda ansiosamente uma solução para a crise, enquanto os servidores permanecem firmes em sua busca por justiça e valorização profissional. (Thays Araujo)