Correio de Carajás

Grávida de gêmeos segue gestação com um dos bebês morto

Com 28 semanas, especialistas afirmam que o risco maior é realizar o parto prematuro nesse momento

Foto: Ilustração/Free Pik

Uma mulher de 19 anos, grávida de 28 semanas de gêmeos – considerada gravidez de risco – deu entrada no Hospital Materno Infantil de Marabá (HMI) com fortes dores e, no dia 17 de fevereiro, ao realizar um exame de ultrassonografia, foi constatada a morte de um dos fetos. Internada, três dias depois um novo ultrassom foi realizado para confirmar o óbito fetal.

A paciente recebeu alta no dia 22 de fevereiro e foi informada pela equipe médica da maternidade sobre os riscos de se fazer um parto nesse momento, onde as chances de sequelas pela prematuridade extrema chegam a 70%.

A reportagem do Correio de Carajás entrou em contato com a direção do HMI. Por telefone, a médica Daiane Oliveira, diretora técnica, falou que o feto que continua vivo está evoluindo bem e que não há nenhuma indicação para que o parto seja feito agora.

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“Um dia a mais que o bebê fique na barriga já é muita coisa. No quadro atual, o feto não tem nenhuma alteração, continua evoluindo normalmente. O parto só seria indicado nessa situação (28 semanas) se a mãe estivesse com riscos de infeção ou o bebê com alguma vitalidade alterada. Mas, não é o caso. O bebê está sem sinais de sofrimento fetal, por isso a paciente recebeu alta hospitalar”, explica a médica pediatra.

Daiane afirma que com essa idade gestacional as chances de sequelas graves, caso seja realizado um parto, são altíssimas. Por isso a paciente irá fazer um acompanhamento de pré-natal no Centro de Especialidades Integradas (CEI), onde serão feitos o controle infeccioso e os exames de ultrassom.

“A paciente recebeu informações sobre os procedimentos realizados e tratamentos propostos. Tudo foi explicado em uma linguagem clara e de maneira humanizada”, diz.

A gestante entrou com um pedido no Ministério Público do Estado do Pará solicitando uma intervenção, pois teme que a situação se agrave, já que está com um feto morto em seu ventre, podendo causar problemas para o outro bebê que continua vivo.

A promotora de Justiça Mayanna Silva de Souza Queiroz solicitou à Secretaria Municipal de Saúde informações sobre o caso da paciente.

A equipe médica do HMI respondeu à solicitação ministerial informando que, no momento, não há necessidade de se realizar o parto. (Ana Mangas)