Correio de Carajás

Governador fala sobre Investimentos no Pará

Governador fala sobre Investimentos no Pará

A visita do governador Helder Barbalho a Marabá, ocorrida na terça-feira (26) não poderia ter sido mais produtiva. Além de inaugurar investimentos do Estado e em parceria com a prefeitura, ele garantiu a instalação de projeto pioneiro na verticalização de minério de ferro em Marabá e também a ferrovia que ligará a cidade a Barcarena. Aliás, no primeiro compromisso de sua agenda a Marabá, o governador se reuniu com a classe empresarial para falar dos investimentos que estão previstos para Marabá e região, que têm a participação do Estado.

A reunião do empresariado com o governador em Marabá foi organizada pelo secretário Regional de Governo, João Chamon Neto, que já havia se encontrado previamente com o grupo e recebido as informações.

Chamon agradeceu a presença das entidades ali representadas, entre elas o Sindicato dos Produtores Rurais, e destacou a iniciativa do grupo em discutir o tema de frente com o governador. Para ele, a reunião teve êxito, com Helder recebendo a pauta e explanando sobre todo o contexto da aproximação do Pará com os chineses, a importância que o governo vê na região de Marabá, principalmente no sentido da verticalização da produção.

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Em relação à planta de gusa, que atua dentro de padrões ambientais exigidos pelo mercado internacional, trata-se de um projeto pioneiro de mineração, com baixa emissão de carbono, cujos detalhes foram tema de reunião com diretores da empresa Leaf Iron, ainda em Belém, no Palácio de Governo, um pouco antes de Helder embarcar para Marabá.

Denominado de Tecnored, o projeto é dotado de um laboratório de desenvolvimento e processamento de biomassa, no Distrito Industrial de Marabá (DIM), que vai permitir a produção de 500 mil toneladas de ferro gusa, com baixa emissão de carbono.

Segundo o titular da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme), Iran Lima, o projeto contempla a produção mineral aliada à preocupação com o meio ambiente. “Essa iniciativa traz a possibilidade do estado do Pará entrar no mercado vendendo ferro gusa produzido com baixa emissão de carbono, trazendo um ganho muito grande no valor agregado, como também gerando emprego e renda para a região”, argumenta.

A construção da planta está prevista para começar em maio 2020 e entrará em operação em abril de 2022. De acordo com Helder Barbalho, a partir do projeto piloto em Marabá, serão construídas nada menos de 40 plantas num período de 15 anos, de 2022 até 2037.

Para o deputado Wenderson Chamon, o “Chamonzinho” (PMDB), o encontro foi importante porque o governador se mostrou preocupado em fazer com que os projetos minerais deixem no Pará a riqueza que é do Pará, porque esses empreendimentos fortalecem os municípios, possibilitando que levem benefícios às comunidades nas várias áreas da administração pública, como a educação, saúde de infraestrutura.

“Portanto, é importante essa fala do governador, demonstra a preocupação dele, demonstra nossa preocupação. Nós estamos juntos para implementar esses projetos importantes”, declarou o deputado, citando como exemplo a ferrovia que vai ligar Marabá a Barcarena, que vai ajudar a fazer de Marabá um grande terminal multimodal, pois o município já é cortado por rodovias e há pela frente também o derrocamento do Pedral do Lourenção, que vai viabilizar a Hidrovia Tocantins-Araguaia.

ACIM

Ao final da reunião do empresariado e dos representantes de entidades convidadas, o CORREIO abordou o presidente da Associação comercial e Industrial de Marabá (Acim), Raimundo Nonato Araújo Junior, para que avaliasse o resultado do encontro.

Ele disse que foi muito positivo, mas que ainda é preciso avançar nos pontos colocados em pauta pela entidade. Segundo ele, os empresários entendem que o modelo de indústria que virá para Marabá, com a laminadora tem pouco impacto no número de empregos e negócios gerados.

“O documento que entregamos ao governador Helder coloca essa preocupação da sociedade civil organizada. A laminadora pouco agrega valor ao processo de verticalização do processo produtivo. Na visão do governo, a longo prazo, dependendo do empreendedor, pode ocorrer evolução a um estágio mais avançado de agregação de valor. Entretanto, não podemos dizer que estamos felizes com esse modelo”, ponderou.

Na visão do empresariado, o mais interessante mesmo seria a implantação da siderúrgica nos moldes pensados para a Alpa, com produção na casa do milhão de toneladas de aço. Para eles, a própria Sinobras, indústria já instalada no Distrito Industrial de Marabá, seria consumidora do produto.

Em sua fala, o governador Helder disse que o atual modelo de produção siderúrgica com uso de carvão mineral e vegetal está ameaçado e terá vida curta no mundo. De outro lado disse acreditar que a parceria com o grupo China Communication Construction Co (CCCC), controladora da Concremat, inclusive para a construção da Ferrovia Paraense, é o principal investimento privado com foco nesta região, com potencial de negócios imenso.

Helder levou consigo o documento capitaneado pela Acim, disse que vai estudar os pontos ali colocados e convidou a entidade a participar de forma mais próxima do processo, inclusive com representantes.

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Em maio deste ano o governo do Pará anunciou a implantação da usina de laminação de aço em Marabá, construída em parceria com a Vale e o grupo China Communication Construction Co (CCCC), controladora da Concremat, com investimento de R$ 1,5 bilhão.

(Chagas Filho)