Correio de Carajás

Gestante de 4 meses descobre sexo da filha em ação do Instituto Chamon

Instituto Miguel Chamon: Se não fosse a ação do Instituto, a descoberta do sexo de Aurora seria adiada/ Foto: Evangelista Rocha

Grávida pela quarta vez, Emilly Brenda Silva Oliveira, 27 anos, e auxiliar de serviços gerais, soube que está esperando mais uma menina (a terceira), que será batizada como Aurora. A descoberta do sexo foi possível graças ao exame de ultrassonografia realizado pela ação itinerante do Instituto Miguel Chamon, que há quatro dias leva serviço de saúde de qualidade para a população de Marabá.

Foi na Avenida João Teixeira, em frente ao Núcleo de Educação Infantil Raimunda Oliveira Rocha, no Residencial Tiradentes, que os caminhões do Instituto estacionaram na quinta-feira, 3. E foi nesse endereço que Emilly recebeu a notícia. “É uma menina, descobri agora, eu tô feliz, não esperava que fosse mulher, mas Deus abençoou”, reconhece.

E se não fosse o atendimento dado pelo Instituto, a revelação de que quem está por vir é a Aurora seria adiada por um tempo indeterminado. “Se não fosse hoje, eu não tenho nem previsão de quando iria descobrir o sexo da neném, porque o SUS, sabemos como é. E eu fico feliz pelo Chamonzinho, por toda a equipe, ter feito isso pra gente, ter entrado aqui no nosso bairro”, compartilha agradecida.

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Moradora do Tiradentes há 10 anos, a história do residencial se confunde com a de Emilly, principalmente no que diz respeito às dificuldades vivenciadas por ela, em um bairro que possui tantos problemas. “Estou aqui desde o início, fui uma das primeiras a vir pra cá e tive a oportunidade de quando vim, a minha residência ser uma das únicas que tinha energia”, conta a jovem mãe, que desde então vê o bairro crescer e ao mesmo tempo diminuir, pois muitas pessoas já deixaram o lugar devido às adversidades que o assolam.

Com três filhos em idade escolar, ela detalha que o mais novo, de três anos, estuda na NEI Raimunda Oliveira Rocha e as outras duas filhas (de oito e dez) em uma escola localizada no Núcleo Morada Nova. Ainda que a distância entre as duas localidades não seja grande, o coração de mãe fica apertado ao enviar as filhas, em um ônibus escolar público, para uma outra região da cidade. “Mas se tivesse uma escola para eles aqui, seria ótimo, porque a gente fica com o coração na mão de mandar para lá”, desabafa.

Inaugurado em 2012, somente agora, 11 anos depois, é que o Residencial Tiradentes irá receber sua primeira escola municipal, que está em fase de construção.

Complementar a essa dificuldade, a ausência de uma Unidade Básica de Saúde e a precariedade do transporte público são destacados pela grávida. “O ônibus demora e atrasa muito e aí é sempre lotado”.

Ela também relata que muitos moradores do Tiradentes chegam a acordar muito cedo, ainda de madrugada, para conseguir pegar ficha de dentista ou marcar consultas em outros locais. O próprio acompanhamento da sua gravidez atual (e das passadas) precisa ser feito em Morada Nova. “É bem mais perto, mas sempre tem que pegar a condução um pouquinho mais cedo. E lá também já fazem os exames, é bem completo. São Félix é muito mais longe e eu já tenho cadastro”.

É por esses motivos, que Emilly se diz grata pela oportunidade oferecida pelo Instituto Chamon, e frisa que ações como essa ajudam muito a sua comunidade. (Luciana Araújo)