Correio de Carajás

Funcionária de padaria tem braço quebrado após pedir que cliente colocasse a máscara

O caso aconteceu em Palmares Paulista. Adriana Araújo precisou fugir duas vezes do agressor

Adriana Araújo estava no trabalho quando foi agredida pelo cliente, que estava com a máscara na altura do queixo/ Foto: Reprodução/TV TEM

A funcionária de uma padaria no município de Palmares Paulista, no estado de São Paulo, teve o braço quebrado após solicitar que um cliente utilizasse máscara corretamente enquanto estivesse no estabelecimento. O caso ocorreu na última sexta-feira, 11, conforme relato da vítima, Adriana Araújo da Silva, que conversou com a TV TEM, afiliada à Rede Globo.

Segundo Adriana, o cliente adentrou no espaço com o item, utilizado para proteção contra a Covid-19, na altura do queixo. O homem, identificado posteriormente como Márcio Roberto Rodrigues, de 45 anos, teria ficado nervoso após ser avisado pela atendente da necessidade de utilizar a máscara corretamente.

“Ele jogou as coisas que ficam no balcão em cima de mim. Não satisfeito, deu a volta e entrou [na área dos funcionários]. Saí correndo e fiquei na frente da padaria, achando que o cliente pararia. Assustei e saí correndo, pedindo por ajuda, mas ele me acompanhou e me deu uma rasteira. Tentei levantar, mas o homem chutou e quebrou meu braço”, contou a vítima.

Leia mais:

Após a queda, outra funcionária do estabelecimento conseguiu ajudar Adriana a fugir, no que ela chegou a outra padaria próxima que estava com as portas abertas. Ela conta que Márcio, no entanto, continuou a persegui-la e, ao alcançá-la, teria acertado Adriana com uma joelhada no rosto. Quando o dono do estabelecimento tentou ajudar a mulher agredida, foi golpeado também.

No meio tempo, Adriana fugiu pela segunda vez e recebeu abrigo na casa de outra mulher que presenciou a confusão. A Polícia Militar foi acionada pelos transeuntes e, depois, Adriana foi levada para o pronto-socorro do município vizinho, Catanduva. Lá, foi submetida a uma cirurgia em função da fratura em um dos braços e recebeu alta no domingo, 13.

De acordo com o Boletim de Ocorrência, Márcio também foi levado a uma unidade de saúde e, na sequência, encaminhado para a delegacia, onde não prestou depoimento ao delegado de plantão por estar sob efeito de medicação ministrada pela equipe médica. Ele foi liberado no mesmo dia na presença da advogada. O caso foi registrado como lesão corporal e a Polícia Civil vai decidir se instaura inquérito.

No estado de São Paulo, o uso de máscara é obrigatório por lei em espaços de uso coletivo e quem não cumprir a norma está sujeito a multa de R$ 551. Para estabelecimentos que não fiscalizarem o cumprimento da regra em seu espaço, a multa é quase dez vezes maior. É, inclusive, obrigatório que o estabelecimento tenha placas avisando da obrigatoriedade do uso de máscaras.

“Aconteceu tudo isso por causa de uma máscara. Ele simplesmente não quis colocar a máscara”, afirma Adriana. “Quero justiça. Quero que seja preso e pague por tudo, inclusive pela minha cirurgia. Ganho um salário mínimo. Estava trabalhando. Ele entrou no meu serviço e fez isso. […] Enquanto eu estava no hospital, com dor e sofrendo, o homem estava na casa dele. Não é justo”, desabafa.(OPovo)