Correio de Carajás

Fetraf segue protesto contra Vale com bloqueio de três estradas

A Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Fetraf) segue com bloqueio em três estradas que dão acesso a projetos da mineradora Vale em Parauapebas, Canaã dos Carajás e Curionópolis. Os manifestantes cobram da mineradora o cumprimento de um acordo, no qual a empresa teria garantido assentar mais de 2 mil famílias que viviam em áreas que foram adquiridas pela empresa para a implantação de projetos, como o S11D.

As interdições começaram ontem, terça-feira (8), quase de forma simultânea. Uma comissão da Fetraf está em Brasília tentando negociar com a Vale a pauta de reivindicação dos acampados em área da mineradora.

Enquanto não se chega a um acordo, a ordem é continuar com os bloqueios das estradas. Em Canaã dos Carajás, o bloqueio acontece na VS 45, que dá acesso ao projeto Sossego. Em Parauapebas, o bloqueio é no KM 10 da PA-160, às proximidades das obras do presídio, onde fica o acampamento Nova Esperança da Fetraf. Em Curionópolis, o bloqueio é na estrada de acesso ao projeto Serra Leste e Serra Pelada.

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Uma equipe da Polícia Rodoviária Estadual (PRE) acompanha os protestos na PA-160. Segundo o capitão Elvis, a PRE conversou com as lideranças e, por enquanto, estão apenas no local para fazer a organização do trânsito, para evitar conflito entre motoristas e os manifestantes, além de ordenar o fluxo de veículos, quando a via for liberada.

Pela manhã, os policiais conversaram com os manifestantes, que se comprometeram em deixar passar veículos com crianças e pessoas doentes, assim como casos de extrema necessidade, com o que concordaram.

MANIFESTANTES

De acordo com Juarez Fernando Lima, um dos representantes do movimento, que faz parte do acampamento Nova Esperança, os agricultores não aguentam mais esperar por uma decisão da Vale.

Ele conta que o acampamento onde está já tem dois anos e, até agora, não houve nenhum posicionamento da mineradora em regularizar a situação deles. “Só continuamos lá, que é uma área do município, porque a prefeitura entende nossa situação. Inclusive o atual governo garantiu que não vai mexer com a gente, mas precisamos de terra para plantar e criar nossos filhos”, diz o acampado.

Ele diz que a decisão de endurecer os protestos contra a empresa, bloqueando acessos a seus projetos, se deu após o posicionamento da mineradora em não assentar mais duas mil famílias, como teria prometido. “Enquanto não resolver essa situação, vamos manter as interdições”, avisa, adiantando que a situação pode ficar ainda pior porque eles tencionam bloquear também a ferrovia.

“Se ela [Vale] cumprir o acordado, a gente libera tudo. Caso contrário, vamos fechar também a ferrovia, atingir diretamente o coração da Vale”, ameaçou.

De acordo com ele, as áreas que eles estão reivindicando para ser assentados são fazenda São João I e II, fazenda Alagoas, fazenda Bocanha, fazenda São Luiz, Fazenda Genoveva e uma outra área. No caso de Serra Pelada, os assentados cobram da Vale o remanejamento para outra área.

Eles dizem que o local onde estão a terra não serve para agricultura, porque é um solo praticamente infértil. Eles querem outra área para ser assentados e poder produzir.

Eles dizem que a Vale ficou de ver para eles uma área em Canaã dos Carajás, Parauapebas ou Eldorados do Carajás. No entanto, já fazem três meses que estão no local e nenhum encaminhamento foi dado com esse objetivo.

“A gente só libera a pista com uma posição positiva da Vale”, dizem os manifestantes, que não deixam passar nenhum veículo ligado a mineradora, apenas moradores de Serra Pelada e de fazendas da área.

Em nota, Vale diz que está adotando as medidas judiciais cabíveis para garantir o direito de ir e vir de seus empregados.

A Vale informa que manifestantes ligados à Federação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf), interditam desde ontem, 8/8, as estradas de Serra Pelada, VS 45 e PA 160, que dão acesso também às unidades da Vale (Serra Leste e Sossego) em Curionópolis e Canaã dos Carajás, respectivamente.

Com o bloqueio das vias, os manifestantes impedem a entrada e saída de ônibus que transportam empregados da Vale e a circulação de veículos de prestadores de serviço, caracterizando o crime de obstrução de vias públicas, dentre outros danos que devem ser apurados pela autoridade policial.

Com o intuito de garantir o direito de ir e vir de seus empregados, a Vale irá adotar as medidas judiciais cabíveis, por não concordar com a forma arbitrária e ilegal da manifestação, que coloca em risco a integridade dos seus trabalhadores e retira o seu direito à livre circulação.

A Vale é uma empresa idônea, que gera trabalho e renda, com forte contribuição para a economia dos municípios, Estado e da União e não pode concordar com este tipo de  manifestação que tem se tornado frequente contra seus empreendimentos. Este tipo de ação impacta a economia local, com prejuízo à arrecadação de impostos e a atração de novos investimentos para a região.

A empresa reforça ainda, que políticas públicas voltadas à reforma agrária, uma das reivindicações dos manifestantes, não são de competência da iniciativa privada. A Vale tem atendido a todas as solicitações de documentos e informações solicitadas pelo Incra, que é a instituição responsável em realizar a reforma agrária de modo justo e dentro da legalidade constitucional.  (Tina Santos)

A Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Fetraf) segue com bloqueio em três estradas que dão acesso a projetos da mineradora Vale em Parauapebas, Canaã dos Carajás e Curionópolis. Os manifestantes cobram da mineradora o cumprimento de um acordo, no qual a empresa teria garantido assentar mais de 2 mil famílias que viviam em áreas que foram adquiridas pela empresa para a implantação de projetos, como o S11D.

As interdições começaram ontem, terça-feira (8), quase de forma simultânea. Uma comissão da Fetraf está em Brasília tentando negociar com a Vale a pauta de reivindicação dos acampados em área da mineradora.

Enquanto não se chega a um acordo, a ordem é continuar com os bloqueios das estradas. Em Canaã dos Carajás, o bloqueio acontece na VS 45, que dá acesso ao projeto Sossego. Em Parauapebas, o bloqueio é no KM 10 da PA-160, às proximidades das obras do presídio, onde fica o acampamento Nova Esperança da Fetraf. Em Curionópolis, o bloqueio é na estrada de acesso ao projeto Serra Leste e Serra Pelada.

Uma equipe da Polícia Rodoviária Estadual (PRE) acompanha os protestos na PA-160. Segundo o capitão Elvis, a PRE conversou com as lideranças e, por enquanto, estão apenas no local para fazer a organização do trânsito, para evitar conflito entre motoristas e os manifestantes, além de ordenar o fluxo de veículos, quando a via for liberada.

Pela manhã, os policiais conversaram com os manifestantes, que se comprometeram em deixar passar veículos com crianças e pessoas doentes, assim como casos de extrema necessidade, com o que concordaram.

MANIFESTANTES

De acordo com Juarez Fernando Lima, um dos representantes do movimento, que faz parte do acampamento Nova Esperança, os agricultores não aguentam mais esperar por uma decisão da Vale.

Ele conta que o acampamento onde está já tem dois anos e, até agora, não houve nenhum posicionamento da mineradora em regularizar a situação deles. “Só continuamos lá, que é uma área do município, porque a prefeitura entende nossa situação. Inclusive o atual governo garantiu que não vai mexer com a gente, mas precisamos de terra para plantar e criar nossos filhos”, diz o acampado.

Ele diz que a decisão de endurecer os protestos contra a empresa, bloqueando acessos a seus projetos, se deu após o posicionamento da mineradora em não assentar mais duas mil famílias, como teria prometido. “Enquanto não resolver essa situação, vamos manter as interdições”, avisa, adiantando que a situação pode ficar ainda pior porque eles tencionam bloquear também a ferrovia.

“Se ela [Vale] cumprir o acordado, a gente libera tudo. Caso contrário, vamos fechar também a ferrovia, atingir diretamente o coração da Vale”, ameaçou.

De acordo com ele, as áreas que eles estão reivindicando para ser assentados são fazenda São João I e II, fazenda Alagoas, fazenda Bocanha, fazenda São Luiz, Fazenda Genoveva e uma outra área. No caso de Serra Pelada, os assentados cobram da Vale o remanejamento para outra área.

Eles dizem que o local onde estão a terra não serve para agricultura, porque é um solo praticamente infértil. Eles querem outra área para ser assentados e poder produzir.

Eles dizem que a Vale ficou de ver para eles uma área em Canaã dos Carajás, Parauapebas ou Eldorados do Carajás. No entanto, já fazem três meses que estão no local e nenhum encaminhamento foi dado com esse objetivo.

“A gente só libera a pista com uma posição positiva da Vale”, dizem os manifestantes, que não deixam passar nenhum veículo ligado a mineradora, apenas moradores de Serra Pelada e de fazendas da área.

Em nota, Vale diz que está adotando as medidas judiciais cabíveis para garantir o direito de ir e vir de seus empregados.

A Vale informa que manifestantes ligados à Federação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf), interditam desde ontem, 8/8, as estradas de Serra Pelada, VS 45 e PA 160, que dão acesso também às unidades da Vale (Serra Leste e Sossego) em Curionópolis e Canaã dos Carajás, respectivamente.

Com o bloqueio das vias, os manifestantes impedem a entrada e saída de ônibus que transportam empregados da Vale e a circulação de veículos de prestadores de serviço, caracterizando o crime de obstrução de vias públicas, dentre outros danos que devem ser apurados pela autoridade policial.

Com o intuito de garantir o direito de ir e vir de seus empregados, a Vale irá adotar as medidas judiciais cabíveis, por não concordar com a forma arbitrária e ilegal da manifestação, que coloca em risco a integridade dos seus trabalhadores e retira o seu direito à livre circulação.

A Vale é uma empresa idônea, que gera trabalho e renda, com forte contribuição para a economia dos municípios, Estado e da União e não pode concordar com este tipo de  manifestação que tem se tornado frequente contra seus empreendimentos. Este tipo de ação impacta a economia local, com prejuízo à arrecadação de impostos e a atração de novos investimentos para a região.

A empresa reforça ainda, que políticas públicas voltadas à reforma agrária, uma das reivindicações dos manifestantes, não são de competência da iniciativa privada. A Vale tem atendido a todas as solicitações de documentos e informações solicitadas pelo Incra, que é a instituição responsável em realizar a reforma agrária de modo justo e dentro da legalidade constitucional.  (Tina Santos)