Correio de Carajás

Festa na água e na terra para celebrar o Divino em Marabá

Romaria sai do Bairro Amapá pelo Rio Itacaiunas, sobe o Tocantins e encerra com celebração na tradicional Capela da Santa Rosa

Foram 28 barcos que conduziram os devotos e foliões do Divino Espirito Santo. As enormes bandeiras vermelhas simbolizam o sangue de Jesus na cruz, que flamejavam enquanto canções eram embaladas pela batida da caixa do Divino.

“Para nós é um momento de demonstração de fé e muita devoção ao Divino Espirito Santo. É tempo de agradecimento, de harmonia e de renovação de nossas forças para continuar nossa caminhada”, declarou Maria Luiza Dias, Presidente da Associação dos Grupos de Divino Espirito Santo de Marabá.

Encontro de 18 Divinos de Marabá é uma festa religiosa que volta a ser valorizada

A Romaria Fluvial, que chegou à 30ª edição, não foi promovida em 2020 devido à pandemia. No ano passado, a celebração foi realizada respeitando os protocolos de saúde. Este ano, uma grande multidão pôde acompanhar a procissão.

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Devota do Divino Espírito Santo há mais de três décadas, a aposentada Hilda Vieira, 68 anos, acompanha todos os anos a caminhada, que abre as festividades, e a Romaria Fluvial, marcando o encerramento dos Festejos dos grupos de Divino em Marabá.

As gerações se encontram na festa religiosa com direito a momento solene

“Eu perdi um neto há poucos dias e eu me vi completamente perdida e foi justamente em minhas orações e pedidos ao Divino Espírito Santo, que me deram forças para passar esse momento difícil em minha vida, sei que nunca vou superar tudo isso, mas preciso dessa força para viver”, declarou Hilda Vieira, 68 anos.

Em Marabá, de acordo com a Associação do Grupos de Divino, existem 18 grupos cadastrados distribuídos pelos bairros da cidade e também na zona rural, como nas vilas Espirito Santo, São José e do Carrapato.

Maria Luiza Dias é presidente da Associação dos Grupos de Divino Espirito Santo de Marabá

Para Vanda Américo, presidente da Fundação Casa da Cultura de Marabá, investir na manutenção dos grupos de Divino é investir na continuidade de uma tradição cultural e religiosa, iniciada desde a fundação do município, há mais de 100 anos. Ela recorda que a FCCMM fez o lançamento de um livro que narra a trajetória de todos os Divinos existentes no município, o que ajuda a fortalecer ainda mais a identidade cultural-religiosa que há no município.

“Esta é uma festa religiosa que eu trago na minha história aqui no bairro Santa Rosa. O povo do Divino está de parabéns por manter viva esta tradição e o governo, através da Fundação, tem por orientação ajudar na manutenção das festividades do Divino, pois faz parte da própria história de Marabá”, disse Vanda Américo, presidente FCCM.