A fenilefrina, um ingrediente-chave em muitos descongestionantes nasais vendidos nos EUA e no Brasil, foi considerada ineficaz por um painel consultivo da FDA, a Agência de Alimentos e Medicamentos do país.
Nesta terça-feira (12), conselheiros da agência votaram unanimemente contra a eficácia do ingrediente encontrado em diversos medicamentos vasoconstritores, ou seja, que promovem a redução do inchaço e inflamação das mucosas do nariz.
“Estudos modernos, quando bem conduzidos, não mostram melhora no congestionamento com a fenilefrina”, disse o Dr. Mark Dykewicz, especialista em alergias na Escola de Medicina da Universidade Saint Louis à Associated Press.
Leia mais:A fenilefrina ganhou popularidade como substituta da pseudoefedrina no início dos anos 2000, quando esta última substância restringida nos Estados Unidos devido ao seu uso indevido na produção de metanfetamina.
Desde então, a droga é o descongestionante oral mais popular nos Estados Unidos, gerando quase US$ 1,8 bilhão em vendas no ano passado, segundo dados apresentados pela FDA.
Se a FDA seguir as recomendações do painel, gigantes farmacêuticas como a Johnson & Johnson e a Bayer poderão ser obrigadas a retirar das prateleiras seus medicamentos orais contendo fenilefrina.
O g1 questionou a Anvisa se agência planeja avaliar a eficácia da fenilefrina em medicamentos vendidos no Brasil, mas não recebemos uma resposta até a última atualização desta reportagem.
O porquê da decisão
A análise se baseia em descobertas sobre como o corpo processa a fenilefrina quando a droga é tomada por via oral. Estudos indicam que apenas uma pequena quantidade da substância atinge o nariz para aliviar a congestão quando a fenilefrina é ingerida dessa forma.
O painel proferiu seu voto em relação a seguinte pergunta: “Os dados científicos atuais apresentados apoiam que a dose da monografia de fenilefrina administrada oralmente é eficaz como descongestionante nasal?”.
Houve um consenso unânime entre os 16 membros do comitê, e todos concordaram que não há necessidade de investigar o assunto mais a fundo.
“A questão principal é que nenhum dos estudos originais resiste aos padrões modernos de desenho ou conduta de estudos”, disse o Peter Starke, principal revisor médico da agência.
Ainda de acordo com o painel, o medicamento parece mais eficaz quando aplicado diretamente no nariz, em sprays ou gotas, e produtos do tipo não foram avaliados.
(Fonte:G1)