Correio de Carajás

Feiras de Parauapebas mais movimentadas na Semana Santa

Consumidores saem em busca de peixes, frutos do mar e acompanhamentos

O período de Páscoa é marcado por diversas cerimônias da tradição judaico-cristã. A mais importante delas, a Semana Santa, se inicia com o Domingo de Ramos e se caracteriza, dentre outras coisas, pelos pratos à base de peixes e frango nas cozinhas dos fiéis.

Como resultado, a demanda pelo pescado e frutos do mar aumenta no período, e a expectativa dos feirantes é de vendas aquecidas, como ocorre anos após ano.

Em Parauapebas, Emanuel Marques, que já trabalha como peixeiro há quase 50 anos, vê as vendas indo bem nesse ano, e espera que cresçam entre a quarta e sexta-feira, período onde a demanda aumenta, tradicionalmente, e onde os peixes mais vendidos são a pescada amarela, dourado e filhote.

Leia mais:

Apesar do aumento em quase 50% no preço dos pescados em relação aos últimos anos, Emanuel não sente as vendas serem muito afetadas.

O peixeiro Alair dos Santos, que está no ramo há cinco anos, vê o período da Semana Santa sempre com bons olhos, já que as vendam sobem para todo o setor. Ele sente que a venda dos peixes não tem sido tão afetada por ser um alimento mais barato e leve, além de saudável, o que o torna mais acessível, uma vez que pode se adaptar a diversas dietas.

Alair tem à disposição variedade de peixes

No entanto, as receitas tradicionais não só da Semana Santa, como também do Pará, não se limitam só aos peixes. Os camarões frescos e salgados também têm uma grande procura no período, como afirma Edivaldo Almeida Cardoso, que trabalha com camarões desde muito novo, quando acompanhava seu pai, em Belém.

A banca dele comercializa não só camarões, mas também filés de diversos peixes, como a pescada amarela, dourado, filhote, pescadinha, tilápia e salmão. O tradicional bacalhau, que tem uma maior procura no período, também é vendido por Edivaldo.

Os camarões também são bastante procurados

O período da Páscoa movimenta, além dos setores especializados em pescados, aqueles voltados para vegetais e temperos.

Antônia, feirante há dez anos, sente, sobretudo na Sexta-Feira Santa, um grande aumento nas vendas, que vem sendo impactadas pelos constantes aumentos nos preços causados pela instabilidade econômica no país e no mundo. Segundo ela, quem comprava de 2kg a 3kg de legumes, hoje compra pouco mais de 1kg.

Apesar disso, os produtos mais vendidos no período são justamente aqueles utilizados em receitas com frutos do mar, como tomate, cebola, pimentões, além de ervas como o cheiro verde, o tradicional jambu e até mesmo a vinagreira, normalmente utilizado para fazer o cuxá, prato tradicional no Maranhão.

E os clientes não deixam os acompanhamentos de lado

As tradições do período se adaptam de acordo com as circunstâncias, como é o caso de Francisca Viana dos Santos e Jonathan Silva dos Santos, trabalhadores da área de telecomunicações.

Esse ano, por exemplo, escolheram unir a programação com o aniversário de um amigo, onde vão “assar um peixinho”. O hábito de ambos é consumir somente carnes brancas no período, mas eles têm sentido forte impacto nos preços.

Francisca afirma que sentiu que os preços dobraram. Segundo ela, um peixe que custaria R$ 15,00 o kg há menos de dois anos hoje custa quase R$ 30,00 por kg. “Um tempo atrás a gente ia com mil reais pra rua e voltava com despensa pra 30 dias, hoje dá pra 15 dias”, lamenta.

(Clein Ferreira)