Correio de Carajás

Famílias aguardam há 6 anos pagamento de fazenda em Jacundá

Uma espera de 6 anos. É assim que vivem atualmente cerca de 150 famílias de pequenos agricultores e agricultoras em uma área de 2 mil hectares destinada para a reforma agrária no município de Jacundá. Os legítimos proprietários lutam na Justiça para receber o pagamento.

Para chamar a atenção das autoridades e da população sobre o problema, a Associação dos Pequenos Agricultores Unidos do PA Bela Vista mobiliou os associados para uma manifestação pacífica que aconteceu na última quarta-feira (17). Com faixas e cartazes o grupo cobrou celeridade no processo de pagamento.

“O nosso objetivo era fazer uma manifestação pacifica, mas que tivesse um longo alcance. Só queremos que o Incra e o governo federal cumpram com os acordos da petição de 2018. E que pague pelo menos a primeira parcela da fazenda para que seja feita emissão de posse”, explica o primeiro secretário da entidade, Rudney da Silva.

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A luta do movimento começou em 2007, quando o antigo proprietário da Fazenda Bela Vista, conhecido como Marcelino, teve a intenção de vender a propriedade para o governo federal. “O próprio Marcelino foi com os agricultores mostrar o local onde poderíamos ficar na beira da PA-150”, relembra.

Em 2015 havia cerca de 83 famílias que ocuparam os 2 mil hectares com a permissão do dono. “Atualmente, somos aproximadamente 150 famílias. E até hoje a área não foi paga, o que está gerando um grande problema”, aponta o presidente da associação, Moacir da Conceição.

A área foi decretada para fins de reforma agrária em 2016, na gestão da então presidente Dilma Rousseff. E o acordo com o Incra e os proprietários foi feito em petição de 2018. A propriedade está localizada a 10 quilômetros da sede do município de Jacundá, sentido Goianésia do Pará.

Os assentados sofrem com a falta de apoio do Estado. “Não temos assistência do Incra. O único político que teve coragem de atuar conosco foi o vereador Rafael Garrancho”, lembra Rudney.

“Sem saúde, educação e crédito para trabalhar na terra, cada família faz o que pode”, completa Moacir, que informou recentemente aos assentados que eles podem acessar o Credcidadão no valor de R$ 3.600,00. (Antonio Barroso)