A falta de água marcou a segunda-feira (16) e um pedacinho da manhã desta terça-feira (17) na rotina de muitos marabaenses, que tiveram de se virar para a realização das atividades domésticas e da higiene pessoal e material. A Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa) até emitiu comunicado sobre o problema e informou que ele atingiria os núcleos Nova Marabá e Cidade Nova, mas pelas redes sociais, onde nem toda população tem acesso.
A dona de casa Minelvina de Assis teve que fazer um reservatório de água com eco tanque para não deixar de cumprir as atividades domiciliares, pois, na segunda-feira, ao abrir as torneiras para começar a preparar o café pela manhã, não havia água. “Na verdade, desde sábado começou a oscilar, mas ontem faltou durante o dia inteiro. Se não fosse pelas minhas reservas, não conseguiria fazer nada em casa”, relata.
E quando a água é reabastecida e um problema é resolvido, outro aparece, pois Minelvina informou à Reportagem que muitas vezes ela retorna barrenta e amarelada. “Quando começa a chover ela fica barrenta durante uns três dias e quando falta assim, muitas vezes, volta suja. A solução é ir até o chafariz da Folha 14 para abastecer os garrafões, porque não tem condições de usarmos água suja”, desabafa a dona de casa.
Leia mais:Na Folha 14 também houve reclamações da ausência da água. O autônomo Edivaldo Conceição, que reside na localidade, ficou sem poder higienizar os patins que aluga para lazer na Praça São Félix. “Eu fiquei sem trabalhar na segunda-feira, pois não tinha água para lavá-los. Só começou a voltar às 9 horas desta terça-feira e ainda está fraca, desse jeito fica difícil, porque preciso trabalhar e sem água não dá”, reclama Edivaldo.
A equipe de Reportagem do Grupo Correio passou pelo chafariz da Folha 14 para acompanhar as pessoas que estavam abastecendo garrafas, galões, etc. Por lá estava o metalúrgico Paulo Martins, que reclamou também sobre a qualidade da água da Companhia. “Temos que vir pegar no chafariz porque saindo da torneira só água suja e desse jeito não podemos lavar louça, cozinhar, nem lavar as roupas”, explica.
O metalúrgico ainda fez uma solicitação para que a Cosanpa procure alternativas para comunicar à população quando houver falta de água. “Acho que deveria passar um carro de som alertando a população quando fosse faltar água, esclarecendo tudo para nós. Eu não estava sabendo que a Cosanpa tinha feito esse comunicado, por exemplo, estou sabendo por vocês da imprensa”, disse Paulo, durante a entrevista.
COSANPA ESCLARECE
Ontem a Companhia havia alertado através de uma rede social sobre os problemas no abastecimento de água em ambos os núcleos, apontando problemas elétricos como causa. “A previsão é que a manutenção emergencial seja concluída até às 12h”, informou na publicação. Porém, mais tarde, às 14h39, a Cosanpa atualizou a situação informando que os trabalhos tiveram de ser prolongados, com previsão de conclusão para 18 horas.
Pois bem, às 17h46, foi feita uma nova atualização comunicando a conclusão do serviço e a normalização do abastecimento, gradativamente. Mas com todos os relatos colhidos pela Reportagem do Grupo Correio, pode-se perceber que esse abastecimento demorou mais do que o esperado.
Sobre a situação da água amarelada, a Reportagem procurou o diretor regional da Cosanpa, Antônio Carlos Pereira, e o questionou acerca dos motivos para esse empecilho ocorrer. Por telefone, ele informou que “a coloração escura ocorre por conta das máquinas que foram religadas recentemente, de modo que a água bruta fica concentrada na cisterna”, disse.
Ele concluiu informando que em breve o problema seria resolvido. Enquanto isso, os moradores apelam para o chafariz da Folha 14 e aos demais espalhados pela cidade para abastecer as residências com água. (Zeus Bandeira e Chagas Filho)