Correio de Carajás

Exame do IML aponta que barqueiro foi executado com tiro na nuca

Fria execução. Teria sido dessa forma que o barqueiro John Wenderson Moura da Silva, de 26 anos, foi morto na madrugada do último sábado (20), na Orla Sebastião Miranda, Marabá Pioneira. O corpo dele deu entrada no Instituto Médico Legal (IML) às 8h10 do mesmo dia e foi submetido ao exame de necropsia às 8h30.

O laudo final ainda não foi emitido, mas o Portal Correio de Carajás apurou junto ao órgão que o ferimento que tirou a vida do homem foi causado por um disparo de arma de fogo efetuado com o cano encostado na nuca da vítima. O projétil atravessou a cabeça de John e saiu pelo olho dele.

Além disso, a cabeça do barqueiro apresenta ferimentos provenientes de coronhadas, apontando que talvez ele já estivesse imobilizado quando foi executado. O homem que confessou à Polícia Militar ter atirado contra o barqueiro, Wanderson Coelho Moreira, foi preso e autuado em flagrante por homicídio na 21ª Seccional Urbana de Polícia Civil.

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O primo dele, Iverson Lorran Bandeira Fonseca, está internado no Hospital Regional do Sudeste do Pará, também vítima de baleamento. Wanderson Coelho informou à Polícia Militar ter se envolvido na briga para ajudar o primo, Iverson, que havia sido baleado pelo barqueiro. O preso alega que em decorrência do disparo efetuado por John, pulou em cima dele e ambos travaram luta corporal.

Wanderson afirma que conseguiu desarmar John e efetuou um disparo de arma de fogo contra ele. Defende, ainda, ter agido em legítima defesa e relata ter jogado a arma em seguida no Rio Tocantins. Wanderson foi preso no Hospital Regional, para onde seguiu com intuito de acompanhar o primo baleado quando este foi socorrido pela ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

O que se sabe, a princípio, é que o barqueiro teria atravessado os primos da Praia do Tucunaré para a Orla Sebastião Miranda. Ao final do trajeto, entretanto, teve início um desentendimento relacionado ao valor da passagem. Em meio à confusão, o barqueiro teria sacado a arma e dado início à situação que terminou com uma morte, um baleamento e uma prisão.

PRESO

No sábado Wanderson conversou com a Reportagem enquanto estava na Delegacia de Polícia Civil. “Eu não entendi nada. Quando fui entender os caras já tinham atirado no meu primo e ele estava agarrado no meio deles”, diz, acrescentando que o responsável por atirar no primo trabalha no barco.

“Ele atravessava a gente, a gente estava negociando ainda quando deu o desentendimento. Ele atirou na barriga do meu primo, meu primo se agarrou e pulou dentro da água. Aí eu pulei atrás e peguei a arma dele”, relatou.

Ele acrescenta que retornava tranquilamente da praia e mal sabe dizer como começou a confusão. “Estava vindo da praia e me espantei na hora do disparo”. Sem passagens criminais, Wanderson não sabia bem o que fazer acerca da prisão. “Agora seja o que Deus quiser, nunca fui preso”.  Wanderson está recolhido no Centro de Triagem Masculina de Marabá (CTMM). (Luciana Marschall – com informações de Chagas Filho e Josseli Carvalho)