Correio de Carajás

Estudo: crianças que vivem perto da natureza têm ossos mais fortes

Pesquisa mostra a importância da expor as crianças a espaços verdes durante o crescimento para oferecer benefícios à saúde óssea

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Crianças que vivem próximas de áreas verdes têm maior probabilidade de ter ossos mais fortes e saudáveis em comparação com as que não têm contato com a natureza. A descoberta é de um grupo de pesquisadores da Universidade de Hasselt, na Bélgica.

Em um artigo publicado na revista Jama Network Open em 4 de janeiro, os cientistas explicam que o desenvolvimento do esqueleto na infância é crucial para a saúde óssea futura. Uma dieta nutricionalmente equilibrada e a prática de atividades físicas são importantes para criar ossos fortes e densos, e espaços verdes tendem a influenciar um estilo de vida mais ativo e saudável.

Para investigar a teoria, os pesquisadores analisaram a saúde de 327 crianças belgas, acompanhadas desde o nascimento até os 4 ou 6 anos, entre outubro de 2014 e julho de 2021.

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A densidade mineral óssea dos participantes foi medida e avaliada por meio de um exame de ultrassom. Já os espaços verdes foram separados em verde alto (com mais de 3 metros de altura da vegetação), baixo (igual ou inferior a 3 metros de altura da vegetação) e total (soma de alto e baixo) dentro do raio de 100 a 3 mil metros ao redor da residência.

As crianças expostas a mais espaços verdes em um raio de 300 a 3 mil metros ao redor da residência em que moravam apresentaram densidade mineral óssea significativamente maior. Além disso, uma área de natureza maior em um raio de mil metros foi significativamente associada à redução das probabilidades de ter baixa densidade óssea.

Entre os participantes que vivem nessas áreas, uma caminhada de aproximadamente 10 minutos até um espaço verde com árvores altas ou arbustos foi associada a ganhos de densidade óssea equivalentes a meio ano de crescimento natural.

As crianças que viviam nas áreas com mais natureza e a uma distância de 20 minutos a pé de um espaço verde alto tinham um risco 61% menor de ter baixos índices de densidade óssea.

“Este estudo enfatiza a importância da exposição precoce a espaços verdes para a saúde óssea das crianças durante períodos cruciais de crescimento e desenvolvimento, com implicações a longo prazo”, afirmam os cientistas no trabalho.

Os benefícios de viver próximo à natureza

Não é de hoje que estudos mostram os benefícios de estar próximo de áreas verdes. Uma pesquisa de 2022, feita na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, já mostrou evidências de que a progressão de doenças neurológicas, como Alzheimer e Parkinson, é mais lenta em pessoas que vivem perto da natureza.

Outra pesquisa com cientistas das universidades de Warwick, Newcastle e Sheffield, todas no Reino Unido, mostrou em 2019 que viver perto de parques ou bosques faz as pessoas serem mais felizes.

(Metrópoles)