Correio de Carajás

Especial das Mães: Mulher, mãe e empreendedora

Dinamismo, pró-atividade e mil e uma funções. Essas são apenas algumas das características das mulheres brasileiras que acumulam as responsabilidades do empreendedorismo e da maternidade no Brasil. O número de mães empreendedoras por aqui não para de crescer – elas são chefes de família e donas do próprio negócio.

Para ficarmos apenas com números de Marabá, de acordo com dados do portal do empreendedor do Sebrae, até 5 de maio agora 2.517 mulheres já haviam se registrado como Microempreendedor Individual (MEI), representando 42% do total de cadastros nessa atividade.

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Nem precisou muito trabalho para que o Correio identificasse em Marabá algumas dessas mulheres que conseguem manter em perfeito equilíbrio o dom da natividade com a vocação de empreender, muitas vezes em circunstâncias difíceis, seja em decorrência de um casamento que não deu certo – e no qual a dependência financeira do cônjuge cerceava a vontade de trilhar o próprio caminho – ou mesmo por pura necessidade devido à falta de vagas no mercado de trabalho.

Aos 36 anos de idade, a microempresária Fabíola Oliveira da Silva lembra bem o quanto foi difícil dar o primeiro passo após o fim de seu primeiro casamento. Com dois filhos pequenos para criar e sem experiência em outra atividade que não fosse as que exercia na própria casa, ela decidiu começar a trabalhar como diarista. “Eu ia de casa em casa oferecendo os meus serviços, trabalhando por indicação das pessoas que conheciam o meu trabalho até que não consegui mais dar conta”, recorda.

Pesquisando em um site de busca, Fabíola descobriu o trabalho de microempresários que atuam no segmento de limpeza terceirizando a mão de obra. Foi então que teve a ideia de abrir um CNPJ com o nome de fantasia Fafá, Faxina e Organização. Começou com uma amiga que topou o desafio e hoje conta com 15 profissionais cadastradas como diaristas, quatro delas de carteira assinada.

Migrou de MEI para microempresária há três anos, casou novamente, teve uma filha do segundo casamento, a Manuella, mas está solteira novamente. “Acho que o meu segundo marido não aguentou a minha rotina puxada. Em casa sou a primeira que acorda, às 6 horas, e a última que dorme. Mesmo assim, consigo conciliar minha vida de mulher de negócios com o papel de mãe, não durmo sem antes ver se as crianças fizeram a tarefa da escola”, relata.

Nos finais de semana, Fabíola garante que a mulher empreendedora sai de cena e entra a mãezona. “Como hoje em dia fico mais na supervisão das equipes, tenho um pouco mais de tempo para me dedicar aso meus filhos e aproveito pra compensar um pouco da minha ausência durante a semana”, frisa.

A microempresária com investimento zero que deu certo

A microempresária Ivoneide Santos Arraes, 52 anos, começou a empreender no setor de cosméticos para salão de beleza no início da década de 1990, ainda jovem, aos 20 anos. Antes disso, trabalhara como bancária em duas instituições. Mãe de um casal que já deram a ela dois netinhos, Ivoneide ou Neide, como prefere ser chamada entrou no ramo da beleza sem um centavo no bolso. “Eu comecei como vendedora autônoma, vendendo de porta em porta, mas logo quis ser distribuidora porque tinha pressa e queria ganhar mais”, afirma.

Sem condução própria, Neide usava o serviço de mototaxi para visitar os clientes. “Até que consegui comprar uma motoneta”, resume. Empreendedora numa época em que o próprio termo ainda era mau conhecido, ela passou a viajar de van por vários municípios da região com o mostruário na bagagem. As vendas cresceram e Neide decidiu ir além, apostando alto.

Entrou em contato com um empresário de Recife atrás de uma franquia com a qual pudesse trabalhar como distribuidora direta, sem intermediários. A reunião com o executivo foi ali mesmo no aeroporto. Foi só com o dinheiro da passagem e, de cara, comprou logo 30 mil reais em produtos sem desembolsar um centavo.

Pagou tudo com dez cheques pré-datado. Retornou de ônibus e ficou aguardando os produtos chegarem em Marabá. Assim que chegou, colocou o pé na estrada para vender e passou a viajar por todo o Estado com uma van que comprou com o dinheiro do negócio que só crescia. Na época, trabalhava com o CNPJ da irmã.

Atualmente, Neide promove eventos para profissionais da área de beleza. “Faço o marketing e promove eventos para algumas marcas famosas de produtos de beleza, trazendo profissionais para dar palestras sobre temas ligados ao segmento”, diz.

Neide lembra das dificuldades que enfrentou para educar as crianças, uma vez que as viagens a mantinham longe dos filhos. “Mesmo assim, me considero uma mulher, mãe e empreendedora bem-sucedida. Consegui formar meu filho engenheiro ambiental. Minha filha estuda medicina na Bolívia e já está entrando na Residência Médica”, comemora. 

(Adilson Poltronieri)

 

 

 

Fotos: Arquivo pessoal

Dinamismo, pró-atividade e mil e uma funções. Essas são apenas algumas das características das mulheres brasileiras que acumulam as responsabilidades do empreendedorismo e da maternidade no Brasil. O número de mães empreendedoras por aqui não para de crescer – elas são chefes de família e donas do próprio negócio.

Para ficarmos apenas com números de Marabá, de acordo com dados do portal do empreendedor do Sebrae, até 5 de maio agora 2.517 mulheres já haviam se registrado como Microempreendedor Individual (MEI), representando 42% do total de cadastros nessa atividade.

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Nem precisou muito trabalho para que o Correio identificasse em Marabá algumas dessas mulheres que conseguem manter em perfeito equilíbrio o dom da natividade com a vocação de empreender, muitas vezes em circunstâncias difíceis, seja em decorrência de um casamento que não deu certo – e no qual a dependência financeira do cônjuge cerceava a vontade de trilhar o próprio caminho – ou mesmo por pura necessidade devido à falta de vagas no mercado de trabalho.

Aos 36 anos de idade, a microempresária Fabíola Oliveira da Silva lembra bem o quanto foi difícil dar o primeiro passo após o fim de seu primeiro casamento. Com dois filhos pequenos para criar e sem experiência em outra atividade que não fosse as que exercia na própria casa, ela decidiu começar a trabalhar como diarista. “Eu ia de casa em casa oferecendo os meus serviços, trabalhando por indicação das pessoas que conheciam o meu trabalho até que não consegui mais dar conta”, recorda.

Pesquisando em um site de busca, Fabíola descobriu o trabalho de microempresários que atuam no segmento de limpeza terceirizando a mão de obra. Foi então que teve a ideia de abrir um CNPJ com o nome de fantasia Fafá, Faxina e Organização. Começou com uma amiga que topou o desafio e hoje conta com 15 profissionais cadastradas como diaristas, quatro delas de carteira assinada.

Migrou de MEI para microempresária há três anos, casou novamente, teve uma filha do segundo casamento, a Manuella, mas está solteira novamente. “Acho que o meu segundo marido não aguentou a minha rotina puxada. Em casa sou a primeira que acorda, às 6 horas, e a última que dorme. Mesmo assim, consigo conciliar minha vida de mulher de negócios com o papel de mãe, não durmo sem antes ver se as crianças fizeram a tarefa da escola”, relata.

Nos finais de semana, Fabíola garante que a mulher empreendedora sai de cena e entra a mãezona. “Como hoje em dia fico mais na supervisão das equipes, tenho um pouco mais de tempo para me dedicar aso meus filhos e aproveito pra compensar um pouco da minha ausência durante a semana”, frisa.

A microempresária com investimento zero que deu certo

A microempresária Ivoneide Santos Arraes, 52 anos, começou a empreender no setor de cosméticos para salão de beleza no início da década de 1990, ainda jovem, aos 20 anos. Antes disso, trabalhara como bancária em duas instituições. Mãe de um casal que já deram a ela dois netinhos, Ivoneide ou Neide, como prefere ser chamada entrou no ramo da beleza sem um centavo no bolso. “Eu comecei como vendedora autônoma, vendendo de porta em porta, mas logo quis ser distribuidora porque tinha pressa e queria ganhar mais”, afirma.

Sem condução própria, Neide usava o serviço de mototaxi para visitar os clientes. “Até que consegui comprar uma motoneta”, resume. Empreendedora numa época em que o próprio termo ainda era mau conhecido, ela passou a viajar de van por vários municípios da região com o mostruário na bagagem. As vendas cresceram e Neide decidiu ir além, apostando alto.

Entrou em contato com um empresário de Recife atrás de uma franquia com a qual pudesse trabalhar como distribuidora direta, sem intermediários. A reunião com o executivo foi ali mesmo no aeroporto. Foi só com o dinheiro da passagem e, de cara, comprou logo 30 mil reais em produtos sem desembolsar um centavo.

Pagou tudo com dez cheques pré-datado. Retornou de ônibus e ficou aguardando os produtos chegarem em Marabá. Assim que chegou, colocou o pé na estrada para vender e passou a viajar por todo o Estado com uma van que comprou com o dinheiro do negócio que só crescia. Na época, trabalhava com o CNPJ da irmã.

Atualmente, Neide promove eventos para profissionais da área de beleza. “Faço o marketing e promove eventos para algumas marcas famosas de produtos de beleza, trazendo profissionais para dar palestras sobre temas ligados ao segmento”, diz.

Neide lembra das dificuldades que enfrentou para educar as crianças, uma vez que as viagens a mantinham longe dos filhos. “Mesmo assim, me considero uma mulher, mãe e empreendedora bem-sucedida. Consegui formar meu filho engenheiro ambiental. Minha filha estuda medicina na Bolívia e já está entrando na Residência Médica”, comemora. 

(Adilson Poltronieri)

 

 

 

Fotos: Arquivo pessoal