Correio de Carajás

Engenheiro da PMM entrou embaixo do caminhão de braços fechados

Colegas de trabalho do engenheiro agrônomo Hildebrando Ribeiro de Carvalho, na Secretaria Municipal de Agricultura de Marabá, ficaram bastante transtornados com a forma trágica como ele perdeu a vida por volta das 10 e 30 horas desta terça-feira (7), próximo ao Km 8 da Rodovia Transamazônica, na região da Vila São José.

Hildebrando era casado, possuía filhos e atuava há 19 anos na Secretaria Municipal de Agricultura (Seagri). De acordo com a assessoria de imprensa da Prefeitura de Marabá, o servidor estava afastado das suas funções desde a semana passada e sofria de diversos problemas de saúde, como depressão, hipertensão e diabetes.

O colega de trabalho do engenheiro agrônomo, José Mauro, após ficar sabendo da notícia se dirigiu até o lugar do acidente para ter certeza que se tratava do amigo. De acordo com ele, apesar dos problemas de saúde, Hildebrando era uma pessoa muito tranquila. “Ele sempre foi muito calado, na dele, então a gente não sabia se ele estava com algum problema. Nunca comentou nada com a gente. Estamos tristes, é uma surpresa, algo que a gente não esperava”, lamentou.

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O acidente

Minutos depois do acidente, ainda nervoso, o motorista do caminhão que atropelou o engenheiro conversou com a equipe de Reportagem do Portal Correio de Carajás. Segundo Ivan Dias, Hildebrando invadiu a rodovia com os braços fechados ao corpo. Nesse momento, ele conta que percebeu a aproximação e desviou do servidor para que não o atingisse. “Quando ele viu que eu não ia atingir, ele se jogou na frente do caminhão. Se viesse outro carro na contramão eu teria atingido e seria pior ainda”, explicou.

De acordo com o agente da Polícia Rodoviária Federal (PRF), R. Reis, presume-se que Hildebrando se deslocou até o local de moto-táxi. “Ele chegou, parou aqui, ficou um tempo sentado e repentinamente entrou na faixa de rolamento em frente ao caminhão, que não conseguiu parar e colidiu com ele”, finalizou.

Onde buscar ajuda?

A depressão é uma doença psiquiátrica crônica e recorrente que produz uma alteração do humor caracterizada por uma tristeza profunda, sem fim, associada a sentimentos de dor, amargura, desencanto, desesperança, baixa autoestima e culpa, assim como a distúrbios do sono e do apetite.

A psiquiatra Ana Beatriz Silva diz que estudos mostram que 90% dos suicídios poderiam ser prevenidos. Ela cita que uma das mais recentes ferramentas neste sentido chegou com a implementação do Centro de Valorização da Vida (CVV), uma associação civil sem fins lucrativos que trabalha com prevenção ao suicídio, por meio de voluntários que dão apoio emocional a todas as pessoas que querem e precisam conversar. Todas as ligações para o número 188 são gratuitas e sigilosas.

“Facilitar o acesso do serviço gratuito de prevenção do suicídio e apoio emocional a toda a população brasileira é muito importante. Antes do 188, somente as regiões nas quais havia um dos 90 postos de atendimento do CVV se tinha acesso ao serviço telefônico, pagando o custo de ligação local. Hoje, de qualquer município do país é possível ligar, inclusive de celular, para o CVV”, diz ela.

Em Marabá, quem precisa de ajuda nesta área pode procurar o CAPS (Centro de Apoio Psicossocial), na folha 31, ao lado da Funai, onde a pessoa é atendida gratuitamente por profissionais capacitados. (Karine Sued e Ulisses Pompeu)