Correio de Carajás

Enfermeira recebe alta após 109 dias lutando contra a covid-19

Os profissionais de Saúde, na linha de frente neste período de pandemia, também são alvos fáceis para a covid-19, diante da alta exposição nos seus ambientes de trabalho. Foi o que aconteceu com a enfermeira chefe do Hospital Materno Infantil de Marabá, Nilma Coelho Teixeira, que não só foi infectada, como teve de lutar pela vida por longos 109 dias internada, 15 deles entubada, em estado crítico. Mas a história teve um final feliz e, na manhã desta quinta-feira (10), ela teve alta e deixou o Hospital Regional do Sudeste do Pará.

Ainda frágil, a enfermeira saiu de maca, mas acenou para os amigos

A alta era ansiosamente esperada pela família, que se mobilizou para acompanhar a saída de Nilma do hospital, juntamente com colegas de trabalho dela, todos reunidos na calçada, do lado de fora. Foi necessário o apoio de uma ambulância para o transporte dela para casa, uma vez que ainda tem limitações e fragilidades. A próxima etapa de recuperação será sob os cuidados da filha, a odontóloga Erika Teixeira Nunes, na residência desta.

O conhecido odontólogo marabaense Sizenando Teixeira, esposo de Nilma, conta que ela acredita ter sido infectada no HMI, após atendimento a uma parturiente que revelou estar com o novo coronavírus apenas depois de ter dado entrada no hospital. Na ocasião, essa pessoa disse aos funcionários da casa de saúde que tinha de medo de não ser atendida se revelasse antes.

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Sizenando, esposo: “Comemorando a vida dela depois desse susto e de tanto tempo internada”

Depois dessa ocorrência, nos dias seguintes sugiram os sintomas, Nilma se isolou em casa, primeiro, e depois a internação foi inevitável, com o agravamento do caso, devido a comorbidades.

“Hoje estamos felizes em vencer essa etapa, comemorando a vida dela depois desse susto e de tanto tempo internada”, disse o esposo, que também pegou a covid-19 e teve breve internação. 

Quem também estava no local para recepcionar Nilma era o filho Bruno Teixeira, também profissional da área de saúde (odontólogo) e que destacou terem sido dias de muito sofrimento para a família. “Ela passou por momentos muitos difíceis, mas os médicos foram fundamentais. Temos muito a agradecer à equipe do regional, pelo apoio e cuidado com a minha mãe”, comemorou.

Bruno Coelho, filho: “Ela passou por momentos muito difíceis, mas os médicos foram fundamentais”

Colega de trabalho de Nilma no HMI, Carla Vieira de Moraes disse que essa situação mostrou o quanto a doença é perigosa e preocupante. Destacou, ainda, que diariamente os servidores têm de chamar a atenção de pacientes e acompanhantes pelo uso da máscara e outras orientações contra a covid. “Em primeiro lugar queremos agradecer a Deus e também à equipe do Regional. Estamos muito emocionados e com saudades da Nilma”, finalizou.

COVID EM MARABÁ

O caso de Nilma Teixeira é uma das mais longas internações pelo novo coronavírus em Marabá. O último boletim divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde dá conta de que já foram 9.989 casos confirmados no município, com 9.643 recuperados e 221 óbitos.

Até ontem, dos 20 leitos de UTI específicos para casos de covid, 14 estavam ocupados e dos 28 de enfermaria, 23 tinham pacientes. (Da Redação)