Correio de Carajás

Em Marabá, PF apura desvios de recursos de associação indígena Xicrin

Diretor da entidade teria desviado quase R$ 4 milhões; segundo a Polícia Federal, esta é a segunda vez que ele é investigado

Agentes da PF vasculharam a residência e escritório do suspeito de desviar R$ 4 milhões/ Fotos: Divulgação PF

 A Polícia Federal cumpriu, nesta sexta-feira (10/05), dois mandados de busca e apreensão, em Marabá. A Operação, de nome É Pra Valer, apura desvios dos recursos recebidos pela Associação Indígena Baiprã de Defesa do Povo Xikrin Odja.

Os mandados foram na casa do investigado e na associação da qual ele faz parte como diretor. Foram arrecadados documentos contábeis da instituição, um celular e um HD externo, que serão analisados pela Polícia Federal.

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Aproveitando a condição de diretor da entidade, o investigado teria transferido para sua própria conta e de terceiros quase R$ 4 milhões, nos últimos anos. O valor recebido pela Associação é de indenização paga pela Vale ao povo Xikrin Odja, referente a impactos ambientais causados por extração no rio Catete. A aldeia fica no município de Água Azul do Norte/PA, a pouco mais de 300 quilômetros de Marabá, localização da sede da associação.

Com o suposto desvio financeiro, há relatos de padecimento de necessidades básicas por parte de alguns indígenas, visto que os recursos que deveriam receber foram em parte desviados ou mal administrados.

A decisão judicial, dentre outras medidas cautelares, decretou o afastamento do investigado do cargo junto à associação. O alvo responderá pelo crime de apropriação indébita qualificada.

A operação foi denominada É Pra Valer tendo em vista o investigado já ter sido denunciado e processado por fatos semelhantes em 2015, porém absolvido por falta de provas.

A PF não divulgou o nome do investigado.