O Instituto Federal do Pará (IFPA) também foi alvo dos cortes anunciados pelo Ministério da Educação (MEC). Caso seja confirmado o bloqueio de 38% da verba para custeio, a instituição não conseguirá se manter. Pelas contas, com o dinheiro disponível só dá para funcionar até setembro.
De acordo com o diretor-geral do Campus Marabá Industrial, Jackson Moreira, o corte compromete 40% do orçamento de custeio do instituto, que corresponde a cerca de R$ 640 mil. “Recebemos, anualmente, R$ 1,6 milhão. Esse bloqueio vai inviabilizar a nossa manutenção quanto a mão de obra e serviços, como a energia, limpeza, segurança. Vai chegar um momento que não conseguiremos mais pagar essas contas”, explica.
O bloqueio afeta diretamente as atividades de ensino, pesquisa e extensão, causando um grande impacto no funcionamento do Instituto. A decisão atinge não somente a oferta de cursos e a rotina das aulas, mas também a aquisição de materiais, a retomada de obras estruturais e o funcionamento da instituição.
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Na manhã desta segunda-feira, dia 6, diversos alunos no Instituto se reuniram em frente ao shopping da cidade, localizado na Folha 30, na Nova Marabá. O grupo com cerca de 100 estudantes protestava com cartazes e palavras de ordem contra o corte anunciado pelo Ministro da Educação, Abraham Weintraub, na semana passada.
Em comunicado enviado à imprensa, o IFPA afirma já ter feito muitos esforços no uso rigoroso dos recursos, e que a situação, que antes já era preocupante, se tornou insustentável, pois serão afetados os serviços básicos, como a limpeza, energia, transporte e apoio a alunos e servidores para eventos e congressos, dentre outros.
O quadro indica que o instituto só teria condições de se manter até setembro de 2019, caso opere dentro do novo orçamento. Os cortes ferem a essência do IFPA, que sempre trabalhou pela educação de qualidade e é responsável pela formação de milhares de profissionais cidadãos, atuantes no mundo do trabalho.
Membro do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), o IFPA vem se juntar aos demais Institutos que se posicionaram sobre a gravidade das medidas anunciadas pelo Ministério da Educação (MEC), reforçando o compromisso em ofertar educação profissional de qualidade à sociedade paraense. Para isso, a Rede Federal, por meio do CONIF, vem se mobilizando no enfrentamento dessa situação.
Reunião
Hoje haverá uma reunião com a Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC). Amanhã (8) o dia será dedicado ao diálogo com parlamentares da Frente Parlamentar em defesa dos Institutos Federais e, no dia 10, haverá reunião com o Ministro da Educação. Essas reuniões buscam garantir redimensionamento dos cortes divulgados pelo governo, na certeza de que a Educação Profissional e Tecnológica foi e ainda será a melhor estratégia para o desenvolvimento nacional.
O IFPA é uma das instituições de ensino público mais importantes do Estado do Pará, voltada para formação de profissionais cidadãos, qualificados para o mundo do trabalho. Com 18 campis, atende cerca de 16 mil estudantes por ano, por meio da oferta de 40 cursos Técnicos, 29 Graduações, 22 Especializações, 4 Mestrados e 208 formações complementares. (Karine Sued)