Correio de Carajás

E nós, na pior

O Pará não tem o que reclamar quando o assunto é exportação de suas riquezas. Ano passado, por exemplo, exportamos 9,4 bilhões de dólares, dos 47,6 bilhões de saldo positivo da balança comercial brasileira entre exportação e importação. Trocando em miúdos: de cada cinco dólares exportados em minérios pelo país, um saiu do Pará. O carro chefe, mais uma vez, foi o minério de ferro, com 85%, vindo a seguir o alumínio e a soja. Sabe o que isto significa? Para a população, pouca coisa, ou quase nada.

 

Caixa preta

Leia mais:

Temos de encarar a realidade. As grandes empresas aqui instaladas ganham, crescem e fortalecem seus caixas, mas a população continua sem saúde, educação, segurança e emprego, porque o modelo econômico estadual, baseado na exportação bruta de nossas riquezas, é cruel. O governo estadual oferece facilidades, isenções e mais isenções fiscais, para atrair as corporações financeiras. A Vale, as gigantes do alumínio e da soja, além de outras menos votadas são as maiores beneficiadas. Ninguém sabe quanto o Pará deixa de arrecadar com tantas isenções. Dinheiro que falta para investir em setores vitais da sociedade. Isto é uma caixa preta.

 

Na maionese

Bons de papo, o governador Jatene e seu tecnocrata-mor, o secretário Adnan Demachki, viajam na maionese do tal “Pará 2030”. Não conseguem resolver os problemas do presente e apontam seus umbigos para o futuro. Para eles, o Estado estaria preparado para lançar as bases de um desenvolvimento sustentável nos próximo quinze anos. “ O Pará 2030 é um programa de Estado que visa fortalecer a economia paraense em bases sustentáveis, criando um cenário que permita crescimento da produção e que esta produção tenha agregação de valor ”, afirma Adnan por onde tem passado. Há graves problemas ambientais não resolvidos. A dupla sabe disso. Mas a conversa fiada continua.

 

Pau no fiscal

Madeireiros reunidos semana passada em um seminário na Federação das Indústrias do Pará (Fiepa) sentaram o sarrafo da fiscalização, atacando o Ibama e a Semas. A acusação é de que esses órgãos ambientais travam o desenvolvimento do setor e promovem o desemprego com suas operações que fecham serrarias e apreendem equipamentos. Roberto Pupo, que comanda a entidade do setor, a Aimex, falou que 2016 foi o “pior ano”. De 800 milhões de dólares, as exportações caíram para 200 milhões. Resumo do drama: se a fiscalização afrouxar, o setor, que já empregou 200 mil pessoas, irá crescer. Parece trágico, mas é cômico.

 

Verdade ou mentira?

Enquanto policiais civis dizem ter certeza de que há militares da PM envolvidos em grupos de extermínio pelo Pará, principalmente em Belém, vozes mais agudas da tropa fardada negam que isso ocorra. As balas encontradas em todas as chacinas revelam que as armas usadas são do calibre ponto 40. É munição que o Exército controla e distribui para todas as PMs do país. Seria melhor o coronel Hilton Benigno, comandante-geral, mandar investigar a suspeita. Se ela for comprovada, que os responsáveis sejam expulsos da corporação, presos e entregues à Justiça como criminosos comuns.

 

________________________BASTIDORES_______________________

 

* O procurador-geral de Justiça do Ministério Público do Pará, Gilberto Valente, decidiu ele próprio apurar as inúmeras denúncias que envolvem autoridades do Estado. Há casos gravíssimos, até mesmo de corrupção.

 

* Em recente reunião com procuradores do MP, Valente disse que estava “cansado de assinar cheques e portarias”, sentado no gabinete. E mais: iria fazer o que sempre gostou: “investigar”.

 

* O trabalho de Valente será investigar do governador, a juízes, desembargadores e conselheiros de tribunais de contas. Até mesmo o próprio MP.

 

* A coluna dá essas informações exclusivas, em primeira mão aos seus leitores do sul e sudeste paraense, mas não sabe dizer se Valente de fato irá fazer o que promete, ou se mudará de ideia.

 

* Vale lembrar, por exemplo, que o atual chefe do MP foi o segundo colocado na eleição para o órgão. O primeiro, César Mattar, foi alijado da indicação feita pelo governador Simão Jatene.

 

* E qual o critério de Jatene para optar pelo segundo colocado: Mattar seria “inexperiente”, enquanto Valente teria “mais currículo”.

 

* Portanto, caso Valente decida investigar Jatene por casos como o favorecimento ao filho, Beto, dono de posto de combustível onde o Estado abastecia suas viaturas, o procurador terá dado um passo importante.

 

* Ou seja, estará dizendo que não ficou de rabo preso com o governador por ter sido por ele nomeado. Em resumo: uma prova de independência funcional.

 

 

O Pará não tem o que reclamar quando o assunto é exportação de suas riquezas. Ano passado, por exemplo, exportamos 9,4 bilhões de dólares, dos 47,6 bilhões de saldo positivo da balança comercial brasileira entre exportação e importação. Trocando em miúdos: de cada cinco dólares exportados em minérios pelo país, um saiu do Pará. O carro chefe, mais uma vez, foi o minério de ferro, com 85%, vindo a seguir o alumínio e a soja. Sabe o que isto significa? Para a população, pouca coisa, ou quase nada.

 

Caixa preta

Temos de encarar a realidade. As grandes empresas aqui instaladas ganham, crescem e fortalecem seus caixas, mas a população continua sem saúde, educação, segurança e emprego, porque o modelo econômico estadual, baseado na exportação bruta de nossas riquezas, é cruel. O governo estadual oferece facilidades, isenções e mais isenções fiscais, para atrair as corporações financeiras. A Vale, as gigantes do alumínio e da soja, além de outras menos votadas são as maiores beneficiadas. Ninguém sabe quanto o Pará deixa de arrecadar com tantas isenções. Dinheiro que falta para investir em setores vitais da sociedade. Isto é uma caixa preta.

 

Na maionese

Bons de papo, o governador Jatene e seu tecnocrata-mor, o secretário Adnan Demachki, viajam na maionese do tal “Pará 2030”. Não conseguem resolver os problemas do presente e apontam seus umbigos para o futuro. Para eles, o Estado estaria preparado para lançar as bases de um desenvolvimento sustentável nos próximo quinze anos. “ O Pará 2030 é um programa de Estado que visa fortalecer a economia paraense em bases sustentáveis, criando um cenário que permita crescimento da produção e que esta produção tenha agregação de valor ”, afirma Adnan por onde tem passado. Há graves problemas ambientais não resolvidos. A dupla sabe disso. Mas a conversa fiada continua.

 

Pau no fiscal

Madeireiros reunidos semana passada em um seminário na Federação das Indústrias do Pará (Fiepa) sentaram o sarrafo da fiscalização, atacando o Ibama e a Semas. A acusação é de que esses órgãos ambientais travam o desenvolvimento do setor e promovem o desemprego com suas operações que fecham serrarias e apreendem equipamentos. Roberto Pupo, que comanda a entidade do setor, a Aimex, falou que 2016 foi o “pior ano”. De 800 milhões de dólares, as exportações caíram para 200 milhões. Resumo do drama: se a fiscalização afrouxar, o setor, que já empregou 200 mil pessoas, irá crescer. Parece trágico, mas é cômico.

 

Verdade ou mentira?

Enquanto policiais civis dizem ter certeza de que há militares da PM envolvidos em grupos de extermínio pelo Pará, principalmente em Belém, vozes mais agudas da tropa fardada negam que isso ocorra. As balas encontradas em todas as chacinas revelam que as armas usadas são do calibre ponto 40. É munição que o Exército controla e distribui para todas as PMs do país. Seria melhor o coronel Hilton Benigno, comandante-geral, mandar investigar a suspeita. Se ela for comprovada, que os responsáveis sejam expulsos da corporação, presos e entregues à Justiça como criminosos comuns.

 

________________________BASTIDORES_______________________

 

* O procurador-geral de Justiça do Ministério Público do Pará, Gilberto Valente, decidiu ele próprio apurar as inúmeras denúncias que envolvem autoridades do Estado. Há casos gravíssimos, até mesmo de corrupção.

 

* Em recente reunião com procuradores do MP, Valente disse que estava “cansado de assinar cheques e portarias”, sentado no gabinete. E mais: iria fazer o que sempre gostou: “investigar”.

 

* O trabalho de Valente será investigar do governador, a juízes, desembargadores e conselheiros de tribunais de contas. Até mesmo o próprio MP.

 

* A coluna dá essas informações exclusivas, em primeira mão aos seus leitores do sul e sudeste paraense, mas não sabe dizer se Valente de fato irá fazer o que promete, ou se mudará de ideia.

 

* Vale lembrar, por exemplo, que o atual chefe do MP foi o segundo colocado na eleição para o órgão. O primeiro, César Mattar, foi alijado da indicação feita pelo governador Simão Jatene.

 

* E qual o critério de Jatene para optar pelo segundo colocado: Mattar seria “inexperiente”, enquanto Valente teria “mais currículo”.

 

* Portanto, caso Valente decida investigar Jatene por casos como o favorecimento ao filho, Beto, dono de posto de combustível onde o Estado abastecia suas viaturas, o procurador terá dado um passo importante.

 

* Ou seja, estará dizendo que não ficou de rabo preso com o governador por ter sido por ele nomeado. Em resumo: uma prova de independência funcional.