Correio de Carajás

Dólar dispara com tombo do petróleo

Imagem: Divulgação

O dólar opera em alta nesta segunda-feira (9), em dia de forte tensão nos mercados por conta do tombo nos preços do petróleo e ainda marcado pelas tensões com o avanço do coronavírus. No início da manhã, o Banco Central cancelou o leilão de até US$ 1 bilhão em swaps previsto, e aumentou a oferta anunciando outro leilão do mesmo tipo, mas com oferta de até US$ 3 bilhões.

Às 9h13, a moeda norte-americana tinha alta de 3,30%, a R$ 4,7886. Na máxima até o momento, a moeda chegou a R$ 4,7906. 

Na sexta-feira, a moeda teve um pequeno alívio após 12 altas seguidas, e fechou em queda de 0,36%, a R$ 4,6343, numa sessão marcada por volatilidade e nova intervenção do Banco Central. Na semana, o dólar acumulou alta de 3,42%. No ano, já subiu 15,57%.

Leia mais:

Tombo nos preços do petróleo

Os preços dos contratos do petróleo recuavam ao redor de 20% nesta segunda-feira, depois que a Arábia Saudita cortou o valor de venda do barril e indicou o início de uma guerra de preços entre os grandes produtores. Na abertura dos negócios no mercado asiático, ainda no noite de domingo (horário de Brasília). O preço do petróleo do tipo Brent chegou a recuar 31%, no maior tombo desde a Guerra do Golfo (1990 e 1991).

A decisão da Arábia Saudita vem na esteira do fracasso das negociações entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e a Rússia sobre o volume da produção da commodity. A Rússia se opôs ao corte de produção sugeridos pela Opep para estabilizar os preços do petróleo em meio à epidemia de coronavírus, que desacelera a economia global e afeta a demanda por energia.

“O avanço do coronavírus trouxe pânico para o mercado de petróleo”, diz o sócio fundador do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires. “O preço do petróleo nesse patamar deve provocar um estrago nas economias. O tamanho desse estrago vai depender de por quanto tempo os preços ficarão nesse patamar.”

Ação do BC

O Banco Central anunciou nesta segunda-feira leilão de venda à vista de até US$ 3 bilhões, cancelando o anúncio de venda de até US$ 1 bilhão feito na sexta-feira. A decisão pelo aumento do volume leiloado se deu por “condições do mercado”, de acordo com a assessoria de imprensa do BC.

O BC decidiu ampliar o uso das ferramentas de intervenção no mercado de câmbio, após a venda de US$ 5 bilhões em swaps cambiais não ter impedido o dólar de bater recordes seguidos em meio à crescente desconfiança do mercado com a postura da autoridade monetária diante da pressão cambial.

Desde 20 de dezembro do ano passado o BC não realizava esse tipo de operação – retomada em agosto de 2019 e que há uma década não era utilizada.

(Fonte:G1)