Correio de Carajás

DNIT firma convênio para Helder duplicar trecho de rodovia em Marabá

Um clamor que vem se intensificando nos últimos anos em Marabá parece que finalmente será atendido e vai sair do papel. Nesta segunda-feira (14) o governador do Pará, Helder Barbalho, assinou convénio com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) para estadualizar trecho urbano da BR-222 na cidade. Com isso, ele anunciou que já dará início aos preparativos para a duplicação do trecho entre a Ponte do Rio Tocantins e a rotatória do Km 6, na Nova Marabá, passando pelo Hospital Regional e Centro de Convenções. Esse espaço tem registrado graves acidentes e engarrafamentos todas as semanas.

São 25 km

A ação foi um compromisso de campanha do então candidato a governador Helder em 2018 e agora parece mais perto de se concretizar.

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“Estadualizar esse trecho da BR-222 vai facilitar a mobilidade urbana de quem precisa se deslocar para o centro da cidade e acessar pontos como, o Centro de Convenções da cidade, chegar mais rápido ao Hospital Regional, entre outros lugares. Com o convênio assinado, partiremos para outras fases. Já com projeto básico em confecção, em maio iniciaremos a obra de duplicação da rodovia, que é estratégica para o desenvolvimento da região sudeste”, disse o governador Helder Barbalho.

A obra, que será executada pela Secretaria de Estado de Transportes (Setran), envolve recursos do Tesouro Estadual. O titular da Setran, Adler Silveira, destaca que a duplicação é uma obra completa, com sistema de drenagem de águas pluviais, acostamento, “proporcionando, além de fluidez no trânsito, segurança para quem utiliza a via, que também é rota para quem acessa vários outros municípios do sudeste e sul do Pará”, pontuou o secretário.

Duplicação da rodovia aliada à da ponte será um marco no acesso à Marabá

PONTE

A obra na BR-222 chega ao mesmo tempo em que a mineradora Vale vai construir uma segunda ponte sobre o Rio Tocantins, o que deverá resolver para muitos anos a passagem de veículos entre a Nova Marabá e o complexo São Félix.

A obra é estimada em nada menos que R$ 1,8 bilhão e está na fase de licenciamento ambiental junto ao Ibama, que tem prazo para chancelar ou fazer considerações. Se tudo correr dentro do cronograma, a previsão é de que as obras iniciem em maio de 2021, com prazo de conclusão em 60 meses (cinco anos). Ou seja, a nova ponte poderá ficar pronta em 2024.

Com 2.365 metros de extensão, a nova ponte será toda metálica, com a parte rodoviária separada da ferroviária. As faixas de veículos terão 3,60 metros de comprimento, acostamento de 2,50 metros, 60 centímetros de faixa de segurança, passeio de 1,5 metro e plataforma total de 17,80 metros de largura. As duas pontes (rodoviária e ferroviária) serão iluminadas, haverá sistema de monitoramento por câmera durante 24 horas e será construída uma barreira entre a rodoviária e ferroviária.

A nova ponte ficará localizada a 300 metros a montante (acima) da ponte atual, e 250 metros a jusante (abaixo) do linhão de energia. Paulo Carreira garantiu que existem modelos de pontes metálicas semelhantes ao que será construído em Marabá em vários estados, entre os quais o Rio Grande do Sul.

Governador Helder assinou ontem o acordo com o Dnit

CAMINHÃO SÓ EM UMA PONTE

Uma das novidades sugeridas pelos engenheiros da Vale é de que os caminhões sejam impedidos de passar pela ponte atual, tendo acesso apenas pela nova. Com isso, carros e ônibus continuariam seguindo pela estrutura já existente, o que ajudaria a evitar os enormes engarrafamentos que existem atualmente quando um caminhão quebra sobre a ponte, atualmente.

O engenheiro Paulo Carreira, da Vale, garantiu que as duas pontes serão construídas ao mesmo tempo, conforme o compromisso da mineradora com a comunidade marabaense, para evitar especulação de que a mineradora está preocupada apenas com a parte ferroviária.

Dentro do escopo do projeto, a construção para os acessos à nova ponte vai demandar uma logística que necessitará indenização de alguns imóveis, principalmente do lado do São Félix, mas os engenheiros da Vale não detalharam quantos, observando que o estudo de impacto social ainda está sendo realizado.

TRÁFEGO DE EMBARCAÇÕES

Paulo relatou também a preocupação com o tráfego de veículos no Rio Tocantins, tanto com a demanda atual quanto com a futura, quando barcaças começarem a subir e descer o rio com a viabilidade da Hidrovia do Tocantins. “Contratamos uma empresa para realizar estudo e identificação que há muitos barcos na região. Eles entrevistaram barqueiros para descobrir por onde mais eles trafegam. Os chamados “Dolphins” serão construídos para garantir a segurança da ponte, principalmente a colisão de embarcações com carga pesada.

A nova ponte deverá consumir cerca de 25 mil toneladas de aço, no total, sendo 6 mil apenas para construção da parte do concreto e 18 mil para as vigas. Dois canteiros serão erguidos, um de cada lado do rio, sendo que um vai atender as embarcações na obra. A estrutura metálica será montada no canteiro e empurrada para cima dos pilares. (Da Redação)