O júri do fazendeiro Décio José Barroso Nunes foi suspenso no final da manhã desta terça-feira (23) após uma divergência envolvendo o juiz Raimundo Moisés Alves Flexa e o promotor de Justiça José Maria Gomes. Décio é acusado de ser o mandante do assassinato do sindicalista José Dutra da Costa, o Dezinho.
A suspensão aconteceu após o promotor requerer que os depoimentos das testemunhas, que não compareceram na audiência, fossem exibidos aos jurados. O juiz, então, aceitou o pedido desde que fosse realizado dentro do tempo da promotoria, de uma hora e meia. O promotor não aceitou e abandonou a tribuna da acusação.
Com a sessão encerrada, uma nova data será marcada e um novo promotor de Justiça será designado pelo Ministério Público do Estado do Pará (MPPA).
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A sessão iniciou com a formação do Conselho de Sentença, seguido pelo depoimento de um major da Polícia Militar, arrolado pela defesa do réu e testemunha de acusação pelo Ministério Público do Estado (MPPA).
Em depoimento, ele afirmou que, na época do crime, estava trabalhando em Rondon do Pará, e que o pistoleiro Wellington ficou “bastante sujo” após se envolver em uma briga com a vítima, Dezinho. Os dois teriam caído em um buraco, onde foram retirados pela polícia.
RELEMBRE
O crime ocorreu em novembro de 2000, em Rondon do Pará, sudeste do Estado. Dezinho era presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do município e denunciava trabalho escravo e extração ilegal de madeira na região, além de apoiar a ação de famílias sem terra na ocupação e desapropriação de latifúndios improdutivos.
Este será o segundo julgamento sobre o caso. Em 2014, Décio foi condenado a 12 anos de reclusão em regime fechado, mas o júri foi anulado. Uma sessão foi agendada para o ano passado, mas foi adiada pois o assistente de acusação, o advogado José Afonso Batista, não pode comparecer ao júri.
(DOL com informações do TJPA)