Foi lançada oficialmente nesta quarta-feira, 22, a Campanha da Fraternidade 2023 com o tema “Fraternidade e Fome”. Essa é a terceira vez que a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) aborda esse assunto como reflexão durante a quaresma.
De acordo com a CNBB, a “emergência sobre o assunto” foi o que motivou a escolha, já que os números divulgados em abril de 2022 dão conta que 125,2 milhões de brasileiros convivem com alguma insegurança familiar, leve, moderada ou grave, dentre as quais mais de 33 milhões de pessoas enfrentam a fome em nosso país.
A Campanha é apresentada todos os anos na quarta-feira de Cinzas, quando inicia a Quaresma, período de 40 dias que antecede a Páscoa.
Leia mais:Durante a missa, os fiéis católicos fizeram doações de alimentos não perecíveis que serão entregues para famílias necessitadas.
Com o lema “Dai-lhes vós mesmos de comer” – extraído de Mateus 14,16 – a Igreja Católica pretende fomentar ações para minimizar os impactos da fome da vida dos brasileiros.
“Demos início a esse período tão bonito na vida da Igreja que é a Quaresma, a preparação para o mistério pascal da paixão, morte e ressureição de Cristo, onde somos convidados a fazer práticas boas de jejum, abstinência, esmola e oração. Mas, também é o início da Campanha da Fraternidade 2023, que enfoca a fome. Como cristãos e católicos não podemos ficar alheios a essa realidade. Queremos sensibilizar a sociedade para o flagelo da fome, para ações concretas e sociais em favor daqueles que mais precisam a partir do evangelho de Jesus Cristo”, disse Dom Vital Coberllini, bispo Diocesano de Marabá.
O tempo de quaresma tem como objetivo levar a reflexão da paixão, morte e ressureição de Cristo antes do grande evento da fé católica, que é a Páscoa.
“Nesse período, teremos aqui na Catedral, na comunidade de Nossa Senhora das Graças, quarenta missas, às 7 horas da manhã. E todas às sextas-feiras ficarei disponível para as confissões durante 12 horas inteiras. Queremos convidar todos os católicos a entrar nesse retiro quaresmal com muito amor, oração e muita penitência, para que possamos viver a grande festa da nossa fé, a Páscoa de Jesus”, explica o padre Ademir Gramelick.
Para Lady Anne de Souza, da Pastoral da Educação, é preciso que a sociedade lute por políticas públicas para acabar com a fome no país, e a Campanha da Fraternidade traz essa sensibilidade para se fazer algo concreto com quem precisa.
“É necessário cada um de nós fazer algo para salvar vidas. Há muitas famílias, muitas crianças que estão sofrendo por falta de alimentos em seus lares. A Campanha da Fraternidade nos abre um leque de preocupações, mas também de esperança. Esses alimentos doados hoje, durante a missa, serão destinados para famílias necessitadas”, explica. (Ana Mangas)