Correio de Carajás

Dia do Trabalhador vai ter protesto silencioso em Parauapebas

A celebração do Dia Internacional do Trabalhador, comemorado nesta quarta-feira, 1º de maio, vai de ser silêncio em Parauapebas. O ato é em protesto contra a reforma trabalhista, já em vigor no País, e agora contra a reforma da Previdência, que está sendo discutida pelo governo federal.

Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio de Parauapebas (Sintracap), Adenilton Alves Freitas, o trabalhador brasileiro e as centrais sindicais ligadas à classe empregada não têm motivos algum para celebrar, diante da política de retirada de direitos dos trabalhadores iniciadas no governo de Michel Temer e que está tendo sequência, de forma ainda mais ‘perversa’, no governo de Jair Bolsonaro.

Ele observa que na reforma trabalhista foram retirados 117 artigos da CLT, entre eles, a obrigatoriedade da contribuição sindical. Isso tem prejudicado muito a ação dos sindicatos de classe.

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Ele lembra que nas datas passadas, o 1º de Maio era de comemoração para os trabalhadores filiados ao Sindicado dos Trabalhadores do Comércio, com a realização de um dia de lazer. “Os trabalhadores e seus familiares tinham um dia de lazer, como direito a sorteio de brindes, churrasco e torneios de futebol. Desde o ano passado, no entanto, que não temos mais nada a celebrar e a coisa vai ficando pior com esse governo que aí está”, diz o sindicalista.

De acordo com Freitas, foi através da contribuição sindical que conseguiram estruturar a sede do Sindicato em Parauapebas e adquirir um gabinete odontológico, que atende aos filiados. “Infelizmente, a política implantada pelo governo é de supressão cada vez mais dos direitos do trabalhador. É um governo que não prega o bem comum do povo”, avalia Freitas.

O sindicalista lembra que o 1º de Maio é uma data de reflexão e que hoje, mais do nunca, deve ser também uma data de união de forças na luta para que o trabalhador não perca o pouco de direito que ainda têm. Ele se reportou a luta dos trabalhadores de Chicago, nos Estados Unidos, que lutaram pela redução da jornada de trabalho e a ter salário digno, que resultou em morte de muitos deles.

“Se hoje há direitos trabalhista, foi porque muita gente derramou sangue por isso e não podemos deixar que esses direitos sejam simplesmente banidos por um governo que já demonstrou não ter qualquer política voltada ao trabalhador”, acrescentou o sindicalista.

História do Dia do Trabalho

O Dia do Trabalho, também conhecido como Dia do Trabalhador, é comemorado em 1º de maio. No Brasil e em vários países do mundo é um feriado nacional, dedicado a festas, manifestações, passeatas, exposições e eventos reivindicatórios e de conscientização.

A História do Dia do Trabalho remonta o ano de 1886 na industrializada cidade de Chicago, nos Estados Unidos. No dia 1º de maio deste ano, milhares de trabalhadores foram às ruas reivindicar melhores condições de trabalho, entre elas, a redução da jornada de trabalho de treze para oito horas diárias. Neste mesmo dia ocorreu nos Estados Unidos uma grande greve geral dos trabalhadores.

Dois dias após os acontecimentos, um conflito envolvendo policiais e trabalhadores provocou a morte de alguns manifestantes. Este fato gerou revolta nos trabalhadores, provocando outros enfrentamentos com policiais.

No dia 4 de maio, num conflito de rua, manifestantes atiraram uma bomba nos policiais, provocando a morte de sete deles. Foi o estopim para que os policiais começassem a atirar no grupo de manifestantes. O resultado foi a morte de doze protestantes e dezenas de pessoas feridas.

Foram dias marcantes na história da luta dos trabalhadores por melhores condições de trabalho. Para homenagear aqueles que morreram nos conflitos, a Segunda Internacional Socialista, ocorrida na capital francesa em 20 de junho de 1889, criou o Dia Internacional dos Trabalhadores, que seria comemorado em 1º de maio de cada ano.

Aqui no Brasil existem relatos de que a data é comemorada desde o ano de 1895. Porém, foi somente em 26 de setembro de 1924 que esta data se tornou oficial, após a criação do decreto nº 4.859 do então presidente Arthur da Silva Bernardes. Neste decreto, Arthur Bernardes estabeleceu a data como feriado nacional, que deveria ser destinado à comemoração dos mártires do trabalho e confraternização das classes operárias.

Porém, nas décadas de 1930 e 1940, o presidente Getúlio Vargas passou a utilizar a data para divulgar a criação de leis e benefícios trabalhistas. O caráter de protesto da data foi deixado de lado, passando assumir um viés comemorativo. Vargas passou a chamar a data de “Dia do Trabalhador”.

Fatos importantes relacionados ao 1º de maio no Brasil

Em 1º de maio de 1940, o presidente Getúlio Vargas instituiu o salário mínimo. Este deveria suprir as necessidades básicas de uma família (moradia, alimentação, saúde, vestuário, educação e lazer).

Em 1º de maio de 1941 foi criada a Justiça do Trabalho, destinada a resolver questões judiciais relacionadas, especificamente, as relações de trabalho e aos direitos dos trabalhadores. (Tina Santos – com a colaboração de Ronaldo Modesto)