Correio de Carajás

Dia do Trabalhador terá comemoração discreta

Diante da pandemia, a data especial, não contará com programação festiva da parte de sindicatos e demais entidades, mas deve render folga

Ao contrário do que muito se imagina, o dia primeiro de maio não é uma data somente para o descanso do trabalhador, como feriado. Neste dia é comemorado o Dia do Trabalhador, uma data importante não só no Brasil, mas em outros países ao redor do mundo. Historicamente, a data é marcada por manifestações, passeatas, festas e comemorações, realizadas em várias localidades.

Em Marabá, muitas empresas aproveitam a data para reunir funcionários e colaboradores em clubes e associações da cidade. Os trabalhadores se reúnem, brincam, em clima de confraternização, música ao vivo e muita diversão, afinal de contas, o dia é todo deles.

Contudo, pelo segundo ano consecutivo, as festas não estão acontecendo. A pandemia do coronavírus, que se iniciou em março de 2020, segue no Brasil, infelizmente, com o número de vítimas aumentando a cada dia.

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SINDICOM

Para o vice-presidente do Sindicato do Comércio (Sindicom), Raimundo Alves, o Dia do Trabalhador é uma data muito importante tanto para os funcionários como para as empresas.

“Tivemos um ano de 2020 atípico e esse ano não está sendo diferente. Estamos passando por uma pandemia, e o Sindicato reconhece todas as pessoas que não deixaram de trabalhar nenhum minuto nesse período”.

Raimundo Alves solicita aos trabalhadores que aproveitem o dia para descansar, já que as comemorações não vão acontecer este ano.

Sabemos que muitos vão trabalhar no dia primeiro de maio, então, quem puder, aproveite o dia com a família e descanse. Quem for trabalhar, reconhecemos todo o esforço. Essa é a roda da economia. Estamos em um momento de recuperação, mesmo com a pandemia, caminhamos no processo de retomada dos negócios e crescimento da economia”, finaliza.

SindUnifesspa

Em alusão ao Dia do Trabalhador, o Sindicato dos Docentes da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (SindUnifesspa) realiza, em formato de live, o ato político-cultural “Viva o 1º de Maio: Resistência e Luta dos Trabalhadores”, pela defesa da classe trabalhadora. O evento está programado para acontecer neste sábado, 1º, a partir das 15 horas, com transmissão ao vivo pelo canal do SindUnifesspa, no Youtube.

A proposta do evento é debater a precarização do trabalho, apresentando para debate os impactos do projeto de Lei nº 5595/2020 que tem por objetivo pressionar os professores da educação básica e do ensino superior a retornarem para as atividades presenciais.

Segundo eles, o retorno às salas de aula os coloca em maior risco de morte, por conta da contaminação da covid-19. Na ocasião, serão discutidos assuntos em relação aos impactos da reforma administrativa que visa precarizar ainda mais os serviços públicos para a população.

Justiça do Trabalho

Desde a promulgação da reforma trabalhista, que entrou em vigor em 2017, as ações trabalhistas vêm caindo. Para Marlise Maia, Juíza Titular da 4ª Vara do Trabalho de Marabá, a partir daí os trabalhadores passaram a responder por honorários de sucumbência e custas, e isso acabou causando uma retração do ajuizamento de ações.

De acordo com o Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região (PA/AP), em Marabá, as 4 Varas do Trabalho ajuizaram nos quatro primeiros meses de 2021, 686 ações.

Fazendo um comparativo, em 2019 o município ajuizou 3.394 ações, e 2020 – ano que iniciou a pandemia – foram ajuizadas 2.434.

A juíza salienta sobre a importância da data para os trabalhadores, enfatizando que é preciso união.

“Unidos os trabalhadores dispõem de mais força. Eles não podem se conformar. Difícil no meio de uma pandemia falar em união, mas é preciso tentar novas formas de se conectar. Tudo o que podemos fazer é ter esperança que mudanças podem ocorrer, tendo a ciência de que qualquer mudança a favor da classe trabalhadora, apenas vem com muita luta”, finaliza.

A reportagem também tentou ouvir o Sindicato dos Empregados no Comércio de Marabá (Sindecomar), sobre a importante data, mas não teve resposta do diretor procurado. (Ana Mangas)