Segundo a tradição cristã, São Lucas, um dos apóstolos de Jesus Cristo, era médico e havia estudado Medicina na Antioquia, na Síria. Por esse motivo, desde o século 15, São Lucas é considerado o patrono dos médicos e dia 18 de outubro também passou a ser o Dia do Médico.
Asclépio, Deus Grego da Medicina. ASCLÉPIO (da língua grega) ou ESCULÁPIO (da língua latina) constituiu-se no grande nome da medicina grega pré-Hipocrática. Viveu em torno de 1200 a.C. e acreditava-se que era dotado de poderes extraordinários na arte de curar.
As belíssimas e sábias palavras foram ditas por Esculápio. “Queres ser médico, meu filho? Essa aspiração é digna de uma alma generosa, de um espírito ávido pela ciência. Mas, pensastes no que se transformará tua vida? Pensa bem enquanto há tempo. Mas se, indiferente à fortuna, aos prazeres, à ingratidão; …
Leia mais:… e sabendo que te verás, muitas vezes, só entre feras humanas, ainda tens a alma estóica o bastante para encontrar satisfação no dever cumprido, se te julgas suficientemente recompensado com a felicidade de uma mãe que acaba de dar à luz, com um rosto que sorri porque a dor passou, com a paz de um moribundo que acompanhastes até o final; se anseias conhecer o Homem e penetrar na trágica grandeza de seu destino, então, torna-te médico meu filho.”
Lendo vários contos e casos sobre o tema “ser médico”, encontrei essas parábolas de Ana Lucia Coradazzi que achei bastante interessantes por retratar o profissional médico nas diversas possibilidades de atendimento aos pacientes. Assim sendo, veja a seguir o que escreveu em homenagem ao dia do médico.
“Ao receber um novo paciente, com uma doença grave, penso que estamos ambos sentados à margem do rio. O paciente precisa atravessar para a margem oposta. Ele tem que fazer isso antes que anoiteça. Eu não conheço o paciente, mas conheço bem o rio. Sei onde ele é mais fundo, sei em que época ele é cheio, sei quando tem corredeira. Meu paciente não.
Só que é ele quem precisa atravessar, e tem que atravessar agora. Não vai dar para esperar a melhor época do ano, quando o rio está mais favorável à travessia. E ele conta com o que eu sei sobre aquelas águas para tentar chegar em segurança do outro lado. Às vezes, o rio é estreitinho, e eu posso dizer para o paciente: Pode pular, garanto que você chega do outro lado sem nem molhar seus pés! E ele vai, e fica tudo bem.
Às vezes, o rio é mais largo, não dá para pular, mas eu sei de um trecho onde ele é mais raso, e posso dizer para o meu paciente: Olha, você vai se molhar, mas vai chegar do outro lado em segurança! E ele vai. Chega encharcado do outro lado, mas sorri agradecido e segue seu caminho. Só que às vezes, muitas vezes, o rio é bem largo e bem fundo. É tão largo e tão profundo que vou ter que ter muito mais critério ao avaliar as chances de ele chegar ao outro lado.
Eu vou ter que perguntar, por exemplo, se meu paciente sabe nadar, se o preparo físico dele está em dia, se ele tem medo de água fria. Dependendo do que ele me responder, eu vou poder orientá-lo dos riscos da travessia, e ele vai poder decidir se quer corrê-los. Pode ser que meu paciente não saiba nadar. Pode ser que ele esteja numa condição física tão ruim que, apenas de olhá-lo, sei que não vai dar para chegar do outro lado. Nessa hora é que eu vou ter que ajudá-lo a tomar as decisões certas, para que ele não morra se debatendo desesperado no meio do rio gelado.
Se ele decidir correr o risco, vou pegar minha canoa e atravessar do seu lado, orientar cada braçada. Estarei ao seu lado se ele não conseguir completar a travessia, e vou garantir que sua despedida seja digna e tranquila. E, se ele quiser permanecer na margem, não tem problema. Vou ficar do lado dele, fazendo companhia, até a noite chegar”.
Médicos são heróis, isso é inegável. Lutam todos os dias, de maneira incansável, para salvar milhões de vidas diariamente com determinação e a garra de verdadeiros leões. Feliz Dia do Médico!
* O autor é médico especialista em cirurgia geral e saúde digestiva.
Observação: As opiniões contidas nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do CORREIO DE CARAJÁS.