Thais Santos Rodrigues, namorada do policial militar Felipe Freire Sampaio Gouveia, acusado de assassinar o professor do IFPA, Ederson Costa dos Santos (29), deve se entregar ainda esta semana. Quem afirma é o delegado Ivan Pinto da Silva, responsável pela investigação do crime e que já conseguiu a prisão do policial na quinta-feira da semana passada. No dia de ontem, segunda-feira (13), o delegado tomou depoimento dos pais e de uma tia de Thaís.
Segundo Ivan, o advogado da acusada o procurou informando que quer marcar uma data para que ela se apresente para as autoridades policiais e responda pelo crime do qual é considerada coautora. “Vai ser esta semana a rendição da Thaís”, reafirmou o delegado Ivan.
Como se sabe, o professor Ederson foi morto a tiros, de forma covarde, depois de uma discussão de trânsito na madrugada do último dia 4, em frente ao Sesi, no Núcleo Cidade Nova. Para azar do policial Felipe Gouveia e da namorada dele, que estava junto, toda a ação criminosa foi filmada por câmeras de segurança instaladas em empresas que ficam na Avenida Tocantins, palco do crime.
Leia mais:O delegado Ivan Silva confirmou para a Imprensa, na manhã ontem, que a prisão preventiva de Thaís já foi decretada, e a situação dela pode ser ainda pior do que a de Felipe. “Há uma hipótese jurídica onde a participação pode ter a pena mais elevada do que a do próprio autor, porque o auxílio moral dela foi determinante para que o autor fizesse o disparo”, disse o delegado, acrescentando que as discussões partiram de Thaís. “Ela estava mais alterada na cena do crime”.
Ainda de acordo com o delegado, pelo que a polícia apurou até o momento, Thaís e Felipe queriam que o professor pagasse o prejuízo pela batida entre os carros, mas a vítima teria se negado a pagar e orientado o casal a procurar seus direitos por entender que ele não era o responsável pela colisão, porém Thaís insistia para que Ederson pagasse a conta. “Se ela tivesse desistido daquela cobrança com certeza a morte do professor não ocorreria”, opina o delegado.
O policial confirmou também que fez diligências durante a semana passada para encontrar o carro de Thaís, que foi achado em uma casa na Cidade Nova, e também da carteira porta-cédulas e do celular da vítima, que nunca foram encontrados.
O delegado tentou por duas vezes falar com o acusado (em Imperatriz e em Marabá), mas este evocou seu direito constitucional de permanecer calado e não repassou nenhuma informação para as autoridades policiais.
Constituído pela família de Felipe Gouveia, o advogado Arnaldo Ramos conversou, por telefone, com o Jornal CORREIO, mas falou pouco sobre o caso. Disse apenas que só irá acessar o que foi produzido pela Polícia Civil nesta terça-feira (14) e somente depois disso poderá desenvolver a tese da defesa.
Preso na sede do 3º Batalhão de Polícia Militar, de Imperatriz, onde era lotado, Felipe Gouveia foi recambiado inicialmente para Marabá, na noite de sexta e depois transferido para o Centro de Recuperação Anastácio das Neves (Crecan), na Região Metropolitana de Belém, destinado a presos que trabalham na segurança pública. (Chagas Filho)