O grupo de desempregados que ontem, segunda-feira, 15, fechou por algumas horas a portaria de acesso a Serra dos Carajás, esteve na manhã de hoje, terça-feira, 16, na Câmara Municipal de Parauapebas (CMP). Eles chegaram quase na metade da sessão e ocuparam o auditório.
O presidente em exercício da Casa, Horácio Martins, pediu calma aos manifestantes, que chegaram fazendo barulho, gritando que queriam emprego. Os manifestantes se acalmaram e acompanharam a sessão, aplaudindo os vereadores que se posicionaram favoráveis ao movimento e defenderam a importância de Câmara e governo municipal formarem uma comissão para pressionar as empresas que prestam serviços à mineradora Vale ou que se instalam na cidade a contratar mão de obra local.
Leia mais:Essa, aliás, é uma das lutas do movimento, que alega que atualmente boa parte das vagas de emprego geradas na cidade no setor mineral está sendo preenchida por pessoas que não residem em Parauapebas. Em nota à imprensa, a Vale rebate essa afirmação e garante que tem sim contratado pessoas do município.
Os vereadores, que foram um dos alvos ontem das críticas dos manifestantes, que disseram ‘que parece que os parlamentares estão todos dormindo para os problemas de Parauapebas’, como a falta de emprego, se defenderam e, alguns, deram cutucadas no governo municipal. Zacarias Marques observou que o governo criou uma coordenadoria para trabalhar políticas de geração de empregos, mas que o órgão ainda não disse ao que veio.
Ele defendeu a criação de uma comissão, formada pelos vereadores e o prefeito, para convocar as empresas e saber o motivo de não estarem contratando trabalhador da cidade e pressionar para que isso mude. Horácio Martins foi mais longe e disse que está na hora do chefe do Executivo tirar o paletó e ir para a briga com as empresas, para que ofertem vagas para quem mora em Parauapebas.
Ainda na função de líder do governo, José Francisco Amaral Pavão, que já entregou o cargo, tentou amenizar o lado do Executivo, e também sugeriu a criação de uma comissão para sentar com as empresas e discutir sobre a questão. Ao final da sessão, o presidente pediu aos manifestantes que criassem uma comissão para sentar com os vereadores para expor a demanda deles e ver o que poderiam fazer.
No entanto, os manifestantes queriam que todos que estavam ali participassem da reunião. Houve desentendimento e a reunião acabou não acontecendo. (Tina Santos)