Correio de Carajás

Denúncia alerta para possível falta de soro antiofídico no HMM

Denúncia anônima, protocolada junto ao Ministério Público do Estado do Pará nesta quinta-feira (20), alerta sobre falta de soro antiofídico (medicamento composto por anticorpos usado para tratar picadas de serpentes peçonhentas) no Hospital Municipal de Marabá (HMM).

O texto denunciante relata preocupação com os recorrentes casos de picadas por animais peçonhentos durante a enchente do Rio Tocantins em Marabá e solicita à Promotoria de Justiça que a Prefeitura Municipal de Marabá e a Secretaria Municipal de Saúde esclareçam a respeito do estoque de soro no HMM e também que “verifique a regularidade das solicitações de soro antiofídico feito pelo município aos órgãos competentes”.

Dando andamento à denúncia, a Promotoria solicitou ao HMM informações sobre a quantidade de soro antiofídico em estoque no hospital e também cópias das solicitações do soro, realizadas entre os anos de 2020 a 2022, informando quais medidas adotadas pelo hospital para aquisição do antidoto. O prazo para apresentação dos documentos é de cinco dias.

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O autor da denúncia cita o caso de um idoso de 75 anos de idade, que em abril de 2021 foi picado por uma cobra na zona rural de Marabá, próximo ao bairro Morada Nova. Os filhos o levaram imediatamente para uma clínica particular no núcleo Cidade Nova, que o transferiu para o HMM por não dispor do soro antiofídico, mas ele foi a óbito por falência múltipla de órgãos, após o veneno ter se espalhado por seu corpo.

VERSÃO DA PREFEITURA

Procurada pela reportagem do Correio, a Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Marabá informou que o soro antiofídico é repassado pelo Ministério da Saúde aos Estados e estes, por sua vez, repassam aos municípios. O envio tem sido irregular há alguns meses por parte do Ministério da Saúde e isso acarreta na escassez do produto aos municípios.” Quando questionado se houve algum pedido adicional do soro, em decorrência da época de chuva e o aparecimento frequente desses animais peçonhentos, a assessoria informou que irá verificar a informação.

O antidoto em questão é produzido pelo Instituto Butantan (São Paulo), Fundação Ezequiel Dias (Minas Gerais) e Instituto Vital Brasil (Rio de Janeiro). O Ministério da Saúde é responsável pela compra da totalidade da produção e a distribuição para todo o Brasil, através das Secretarias de Estado de Saúde. (Luciana Araújo)