Moradores do Delta Park 2 mantiveram reunião esta semana com representantes da prefeitura e do Ministério Público para tentar resolver a situação do abastecimento de água do bairro e também do tratamento de esgoto, cujo sistema vem apresentando problemas desde que a segunda fase do loteamento foi concluída em março deste ano. Ali moram pouco mais de 200 famílias, mas já existe uma terceira etapa do loteamento em construção, com pelo menos 75 novas casas.
Durante o encontro, que ocorreu na sede do Ministério Público, ficou definido que os moradores do bairro formarão uma associação dentro de um prazo de 60 dias para, daí em diante, gerenciarem o sistema. Durante esse período em que a comunidade se organiza, a prefeitura, por meio da Secretaria de Saneamento Ambiental (SSAM), vai manter as estações funcionando.
A reunião foi proveitosa porque os moradores se mostraram dispostos a resolver o impasse. Além disso, a situação da prefeitura ficou muito cômoda, pois o município vai em breve lavar as mãos mesmo tendo, desde 2016, recebido a estação de tratamento e inclusive o plano de viabilidade, tornando-se oficialmente responsável pelas estações de tratamento.
Leia mais:Também durante a reunião, o Ministério Público fez questão de dizer que a prefeitura não pode ser responsabilizada pelo gerenciamento da estação de tratamento. Por outro lado, a prefeitura tem contrato com a Cosanpa para este fim e caberia à companhia de saneamento básico do Estado gerenciar o sistema e emitir os boletos de pagamento para os consumidores como acontece no restante da quase toda a cidade.
Mas, como os moradores se mostraram preocupados e dispostos em resolver logo a situação, toda essa responsabilidade caberá à futura associação que será criada. Inclusive já foi publicado edital para lançamento de chapas para eleição da entidade.
Ao final da reunião, os moradores saíram, de certa forma, orientados e esperançosos de que terão menos problemas com falta de água e tratamento de esgoto. Mas ao mesmo tempo alguns estão preocupados com as necessidades futuras do bairro, caso a prefeitura mantenha essa postura de se eximir de certas responsabilidades, afinal o bairro é um loteamento e não um condomínio fechado, cabendo ao poder público dota-lo de todos os aparelhos necessários que o bairro merece.
Há ainda uma pulga atrás da orelha no tocante a problemas ambientais relativos à abertura de áreas para a construção das unidades habitacionais, pois, segundo alerta feito pelo MP, os moradores poderão futuramente ser responsabilizados por danos ambientais. Essa informação soa estranho, pois o empreendimento recebeu aval da prefeitura e da Caixa Econômica Federal para ser feito, do contrário os imóveis não teriam sido financiados. Qual a responsabilidade dos moradores? (Chagas Filho)