Correio de Carajás

Darci perde de novo em processo por “caixa dois”

Por mais que insistam, Darci Lermen e João do Verdurão não conseguem se livrar das acusações de terem captado recursos eleitorais de forma ilícita na campanha que os elegeu à Prefeitura de Parauapebas, crime conhecido como “caixa dois”.

Nesta quinta (17), o juiz Celso Quim Filho, titular da 106ª Zona Eleitoral, negou provimento a embargos interpostos no processo que cassou os diplomas e decretou a inelegibilidade de ambos por oito anos.

O pedido foi feito pelo vice-prefeito alegando que a sentença possui omissões e contradições. O magistrado, contudo, afirmou que os embargos tratam-se apenas de inconformismo, afirmando não haver nenhum vício na sentença que condenou os dois.

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A sentença foi publicada no dia 9 deste mês e, conforme o documento, as irregularidades consistem na captação excessiva de recursos após as eleições, no valor de R$ 1.634.716,33, e na concentração da arrecadação dos recursos da campanha em quatro doadores, que juntos somaram 72,93% dos valores.

Dentre eles, Marcelo Nascimento Beliche doou 28,46% dos valores e confessou em juízo ter recebido R$ 554.779,00 para depositar em sua conta pessoal antes de transferir R$ 500 mil para a conta de campanha.

A decisão levou em consideração que o Ministério Público Eleitoral afirmou estar convencido de que os recursos vieram do “caixa dois” da campanha e que teriam origem não declarada, com pretensos doadores figurando apenas como “laranjas” nas transações financeiras.

Apesar da cassação, o afastamento dos gestores não é imediato e a defesa da chapa pode recorrer da sentença, mas caso a decisão seja mantida será realizada eleição suplementar para a escolha dos candidatos que irão ocupar os cargos de prefeito e vice-prefeito de Parauapebas.

Também no início do mês, sete juízes membros do Tribunal Regional Eleitoral do Pará negaram recurso e mantiveram desaprovadas as contas eleitorais da chapa em outra ação. Em fevereiro de 2021, a juíza Eline Salgado Vieira, da 106ª Zona Eleitoral, identificou não terem sido comprovados diversos gastos.  (Luciana Marschall)